Definitivamente a aviação brasileira passa por um de seus piores períodos. Maré de azar? Macumba? Afinal, o que está realmente acontecendo?
O caos que teve início há dez meses, com a queda do vôo da Gol na Amazônia ressurgiu com força total a última semana, após a explosão da Airbus da Tam quarta-feira, no aeroporto de Congonhas. Some-se à isso o novelão dos controladores de vôo e o apagão no sistema da Cindacta 4 que deixou não apenas o Brasil, mas a aviação internacional fora de controle durante todo o fim de semana. E não nos esqueçamos da “pequena confusão”, quando a aeronáutica enviou para os EUA uma caixa preta – que não era a caixa preta – para a avaliação do acidente do Airbus.
Pior do que essa fase só a auto-promoção do Jornal Nacional em proveito ao dramático acidente. O telejornal que sempre teve destaque por sua imparcialidade e profissionalismo sem iguais, há algum tempo vem apresentando “falhas” em seu PGT (Padrão Globo de Televisão) e conseguiu se superar na transmissão de sexta-feira. Após relatar em primeira mão a notícia de que o Airbus vinha apresentando falhas documentadas que podem ter contribuído para o acidente, a notícia rapidamente se espalhou pelo mundo. E foi só o que bastou para que, no dia seguinte (a tal sexta-feira), William Bonner desse destaque à repercussão da informação noticiada pelo telejornal na mídia internacional. Uma auto-promoção descarada e sem precedentes no dito programa, que, mais uma vez destaco, sempre foi referência em jornalismo nacional.
Mais grave do que a situação das vítimas de todas as tragédias documentadas pela mídia é a exposição do sofrimento dos familiares, que ficam à mercê de interesses políticos, midiáticos, sociais e econômicos.