A História do Palavrão é uma série de comédia documental orgulhosamente profana que explora as origens, o uso da cultura pop, a ciência e o impacto cultural dos palavrões.
Você sabia que falar palavrão aumenta sua resistência a dor e pode te dar até 5% mais de força ao apertar algo?
Falar palavrão é libertador. O profano que leva a glória.
De uma forma criativa, leve e educativa, a série “A História do Palavrão” faz pequenos passeios que buscam desmistificar os principais palavrões comuns desde sua origem. E assim como tantos termos podem ser ressignificados, o mesmo acontece com os palavrões ao longo da história.
A maior parte deles não surgiu como um palavrão, mas se tornou tabu a partir do próprio comportamento humano.
Com um formato simples e dinâmico – são seis palavrões explorados em seis episódios de aproximadamente 20 minutos cada – você pode maratonar tudo de uma vez como se estivesse vendo um filme ou ver uma dose por dia pra dar aquela distraída no almoço e quebrar o peso do home office.
A maior parte das piadas só funcionam para o público americano. As aplicações em cada contexto fazem mais sentido em inglês por questões lexicais e de aplicação prática. O maior exemplo é provavelmente a explicação na abertura do episódio “Shit”, quando o anfitrião fala que “Sugar, Honey e Ice Tea” escondem a abreviação de um dos palavrões mais imundos de todos e totalmente contrário á percepção da bebida: SHIT. Traduzindo a lógica não faz sentido algum, né? (Açúcar, mel e chá gelado…. AMCG não é o mesmo que MERDA).
Mas se você tem uma base mínima do idioma, vai entender tudo que precisa que aproveitar as piadas.
O fato é que, gostemos ou não, palavrões também são parte da cultura da humanidade. E podem denegrir ou empoderar de acordo com a época e o poder de ressignificar cara um deles dentro do contexto histórico.
Outro ponto forte da série são as inúmeras referências ao cinema e à música, comprovando os palavrões como herança cultural. Você sabia, por exemplo, que Samuel L. Jackson é o cara que mais disse “fuck you” na história do cinema? Ou que a frase “Você levanta até o defundo” é um tributo à música “When The Cowns Come Home”, de Lucille Bogan, conhecida pelo abuso do escracho verbal na era do blues, quando os porões guardavam toda a liberdade de expressão que as ruas não permitiam.
Leve, divertido e repleto de curiosidades, vale como uma viagem de complemento cultural.
E Nicolas Cage funciona como um anfitrião ao tentar passar alguma seriedade junto aos palavrões, apesar de, na minha opinião, existirem alternativas mais adequadas ao contexto.
Tem lá no Netflix.