John – Não. Preciso ir mais longe que Cuba… Brasil… Gosto da Praia dos Veadeiros…”
Essa é apenas uma das três citações do plano de fuga de John Dillinger em “Inimigos Públicos”, sendo que todas elas são para o Brasil! Estamos realmente “bem” cotados….
Bom, Brasil à parte, “Inimigos Públicos” é um típico e emocionante filme de gangsters. Coloque aí os nomes Johnny Depp, Christian Bale e Michael Mann e voi-lá: sucesso absoluto.
John Dilling foi um dos maiores ladrões-heróis de banco da história americana, fazendo história na Chicago dos anos 30. Mas a parte mais interessante é que sua popularidade não vinha apenas de seu ‘ofício’, mas também de sua relação com à sociedade. Dillinger recusava o dinheiro do povo, ele queria o dinheiro dos bancos (que eram considerados os responsáveis da Grande Depressão de 1929). E era aliado do povo porque era entre o povo que ele se escondia. Mas, como toda trajetória, a vida criminosa de Dillinger tem um início, e é aí que o buraco fica mais embaixo…. De certa forma, foi o próprio sistema judiciário quem criou Dillinger…
Após cometer um pequeno furto de US$ 50 nos anos 20, Dillinger é condenado à 10 anos de prisão, dos quais cumpriu 9, tempo suficiente para conhecer e fazer amizade com grandes criminosos no presídio de Indiana. Em liberdade condicional, planeja a fuga de seus novos amigos e inicia sua carreira de gangster, tornando-se rapidamente famoso. Conhece Billi Franchette, se apaixona, e promete cuidar da moça para sempre, e ele realmente cuida. Dillinger era uma cavalheiro como poucos, e era atento até com suas “sequestradas” na fuga dos bancos (Aliás, garanto que boa parte da mulherada que assistir o longa vai concordar comigo: melhor um gangster cavalheiro, fiel e adorável à um “Mr. Reason”).
A pedra no sapato de Dillinger foi o agente Melvin Purvis, nomeado pelo investigador J. Edgar Hoover (leia-se polícia metida à celebridade, ou celebridade metida à polícia, que nunca fez uma única prisão na vida) para cuidar do caso Dillinger (que tem um departamento próprio, tamanha a grandiosidade do criminoso, daí o título do filme). E Purvis não sossegou até conseguir o que queria. Lógico que até isso acontecer alguns bancos ainda foram assaltados, Dillinger foi preso, fugiu de novo, seus comparsas morreram (entre eles outros nomes famosos como Baby Face Nelson e Pretty Boy Floyd), sua Billie foi presa e condenada à 2 anos de prisão e dillinger ainda foi traído por alguns de seus, até então, aliados, já que a concorrência e a sobrevivência no mundo do crime também começava a dar as caras.
Um ano após conquistar sua maior façanha (matar Dillinger), Purvis se matou, já que não tinha mais ninguém tão interessante para caçar e sua vida se tornou uma história vazia e sem emoção… E Billie ouviu o adeus na prisão, por intermédio de um dos policiais responsáveis pela morte de Dillinger, mas que realizou o último pedido do gangster levando seu recado à amada: “Goodbye, Blackbird…”.
Baseado no livro “Public Enemies: America’s Greatest Crime Wave and the Birth of the FBI”, de Brian Burrough, o longa conta a história real de um dos mais procurados bandidos dos EUA e responsável pela necessidade de criar o FBI. Indico até a última estrelinha!
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