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Dia 02 – Brasil > Lisboa/Portugal

Dia 02 – Brasil > Lisboa/Portugal

Hoje é dia de entender como Lisboa/Portugal se tornou um destino acidental no meio da nossa viagem

Comecemos do princípio, continuando a nossa saga após a espera na sala de embarque do aeroporto de Guarulhos.

São Paulo, 08/07/22, 00h50. A aeronave se posiciona na pista de decolagem para partir. E eu olho pela janela as luzes que mostram o caminho para o céus e ainda não acredito que depois de dois longos anos de espera o momento finalmente chegou…. Estamos de partida pra Itáliaaaaaa!!!!

Vamos pagar um pequeno pedágio não previsto em Portugal, mas nada que diminua meu êxtase rumo à realização desse sonho tão especial…

Enquanto taxiamos, a lua crescente surge imensa e baixa no horizonte…. Do alto, São Paulo pulsa iluminada, como um organismo vivo que nunca para, única em sua imensidão… E conforme alcançamos altitude, de repente fica pequena, se é que isso é possível… A imensidão de concreto que nos torna tão insignificantes no chão começa a parecer um pequeno cenário de lego iluminado e nos faz lembrar como esse mundo é tão grande….

Escolho um filme para me entreter. Um que já estava na lista há algum tempo: “Ford x Ferrari”… E com pouco menos de 15 minutos meus olhos começam a fechar… O que eu já imaginava devido à semana de seca no sono. Apaguei sem demora, mas não sem deixar registrado meu pedido para que meu irmão me acordasse se chegasse a comida, claro hahaha…

Lá pelas tantas veio o jantar. Optei pela massa, que era recheada de queijo e ao molho sugo, bem saborosa. Veio acompanhada de uma salada de folhas com manga, um pãozinho e quindim como sobremesa. Surpreendentemente bem bom!

Com o estômago feliz, tentei emplacar de novo o filme, mas fui vencida bem antes de 15 minutos dessa vez. Acordei muitas horas depois, quando faltava pouco mais de uma hora para pousamos e o café estava chegando… Dessa vez eu tive que acordar o Mau, que dormia pesado. Um pãozinho recheado de presunto e queijo e um prestígio foram o nosso bom dia. E minha bexiga implorava por banheiro.

A boa notícia é que a dor de cabeça (resultado da semana sem o mínimo de sono necessário) tinha sumido. Então já mais leve, fui ver nosso mapa e me distrair até o pouso. Chegamos bem e sem complicações. O caos mesmo iria começar agora, na busca por uma solução para o desarranjo em nosso cronograma…

Pegamos as malas e fomos para a área de atendimento da TAP. Quando encontramos, finalmente, soubemos que só do nosso voo haviam mais 35 casos na mesma situação. E a muvuca lá estava grande… A fila de senhas para atendimento era interminável…

Durante a espera – ficamos por lá aproximadamente umas 3h30 – conhecemos um monte de gente e histórias, mas nenhuma superou o destaque de João, o azarado. O moço, ainda bem jovem, era um azarado profissional. Já tinha passado por essa mesma situação antes, já ficou preso por 12h na polícia do aeroporto holandês por uma troca de carteirinha de estudante, já foi roubado pela polícia espanhola… Definitivamente viajado e com muita história pra contar… Até conferimos se ele não estava no mesmo voo de volta que a gente pra prevenir mais azar pro nosso lado…

Mas enfim, depois de muito papo e muito caos, o resumo da ópera foi: fomos atendidos pela TAP. Não havia mais hotel disponível, mas poderíamos fazer uma reserva de até 400 euros por pessoa e seríamos reembolsados pelo hotel, táxi e demais despesas. E o medo de nunca chegar na Itália depois de dois anos e meio de espera parecia crescer de novo….

Mas a atendente conseguiu nos encaixar em um voo com seis últimos lugares para Roma às 7h40 da manhã seguinte, sem novas escalas. Pelo menos uma boa notícia! Isso significaria que não precisávamos mais fazer baldeação e não perderíamos o Coliseu.

Então abraçamos a oferta e fomos para o hotel em busca de descanso e uma voltinha rápida por Lisboa e seus encantos.

Eu já conhecia Lisboa. Estive lá em 2017 para o WebSummit e aproveitamos a ida até a Europa para dar um pulo em Amsterdã e Berlim também. Mas isso é papo para um outro Diário de Viagem. A questão é: eu já conhecia Lisboa. Darci, Michele, Cristina e Luiz também. Mas o Mau não! Então era obrigatório um passeio, por menor que fosse.

Chegamos ao Hotel Nacional, deixamos nossas coisas, tomamos um banho e saímos 19h30 para jantar. Estávamos na região de Marquês de Pombal e fomos de metrô até a Baixa Chiado. Subimos as escadas para sair do metrô e caminhamos pelas ruas, apreciando a magia da noite portuguesa e os cardápios nas portas. Chiado é um dos bairros mais populares da capital portuguesa. Clássico e moderno ao mesmo tempo, foi lar de muitos artistas portugueses famosos no início do século XX.

Paramos justamente ao encontrar uma opção que fugia aos destaques turísticos e incorporava o verdadeiro restaurante português: o Estrela da Chiado.

Claramente que eu não poderia sair de Portugal sem comer um bacalhauzinho. Então pedi um grelhado… Qual não foi minha surpresa com o tamanho da posta. Enorme! Bem preparada e muito saborosa….

Bem servidos e satisfeitos, saímos de lá e fomos até a Praça do Comércio caminhando para que o Mau pudesse conhecer. Passamos pela Estátua do Rei Dom José I, seguimos até as escadarias do Cais (de onde eu pude registrar um dos mais belos entardeceres da vida em 2017) e depois voltamos pelo Arco da Augusta, seguindo a Rua Augusta e as travessas boemias do bairro. E, é claro, não poderíamos deixar de comer um pastelzinho de nata (mais uma caixinha para viagem, obviamente, né). Paramos na A Manteigaria e aproveitei pra pedir uma dose de Ginjinha, um licor de Ginja, fruta típica portuguesa que lembra Canela.

Missão cumprida com sucesso e todos explodindo de tanto comer, pegamos o metrô de volta para o hotel, preparamos tudo para acordar às 4h no dia seguinte e fomos dormir (e sonhar com a Itália, no meu caso).

E assim nós, que não havíamos planejado passear por Lisboa, ganhamos um plus (meio torto, né) e a oportunidade de comer um bacalhau e um pastelzinho de nata =)

A Itália ficou um pouco mais distante, mas Lisboa sabe como manter um coração aquecido ❤️


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