Sobrevivemos ao 11 de setembro do jeito mais americano possível nos EUA: rota 66, Grand Canyon e Monument Valley, cenários que representam a América histórica no mundo….
Hoje seria um daqueles dias de alta rodagem na estrada.
- 06:30 – Café da manhã
- 07:30 – Partiu Grand Canyon
- 15:00 – Monument Valley
Então, sem muitas brincadeiras, levamos o despertador a sério e 7h30 já estávamos na estrada. Vem com a gente!
GRAND CANYON
Dormimos em Kingmam. Muito vento e frio de manhã.
Ao partir rumo à estrada a paisagem já anunciava que seria um grande dia e ganhava formas românticas e cada nova curva. Cruzamos com RVs e motorcycles em bando de 15 a caminho de Flagstaff. Com lindas paisagens por todo lado, as pedras pareciam ter sido arrumadas a mão por alguém.
A estrada era bordada por canteiros de ervas daninhas que cresciam como pequenos girassóis perfeitamente desenhados pela natureza. A cada curva a imensidão natural ganhava novos e ainda mais belos contornos.
Seguimos a dica natural de conhecer o Grand Canyon por South Rim, o lado mais belo.
Chegando ao parque do Grand Canyon passamos pela guarita e deixamos o RV no park lot 1. De lá seguimos caminhando até o centro de visitantes, que ajuda os turistas a descobrirem as melhores rotas e alternativas para explorar o parque. Nas TVs uma pequena amostra das infinitas possibilidades, que despertou uma vontade imensa de contrariar o cronograma e sair pra uma aventura de dois ou três dias de caminhada natureza adentro.
Mas achamos melhor recuperar o juízo e seguir o plano. Nossa ideia era ir direto para Plain View, mas como já estávamos próximos de duas trilhas simples perto ao centro principal, logo fomos conferir o que o tal Grand Canyon tinha de tão surreal e famosos a oferecer.
E bastou uma primeira espiadinha pra entender tudo… Uma pintura infinita preparada com maestria pela natureza para deixar nossos olhos incrédulos deslumbrados com tanta beleza. Eu nunca tinha visto algo tão impactante de tal dimensão… Pra onde quer que se olhe, o infinito permeia a vista. É como se nunca terminasse… Incrível, lindo e mágico.
Parecia uma pintura, uma tapeçaria ou a tela virtual mais perfeita de todas… É quase impossível acreditar que é real. Mas as trilhas se embrenhado mata adentro e os esquilos celebridades que amam um clique logo nos lembram que, sim, é real.
Cada local minúsculo que você observava lá do alto rendia uma história única sobre ele e certamente uma expedição incrível… Acho que dá para viver uma vida toda ali e nunca desbravar tudo.
Depois de um tempinho admirando a vista, seguimos para o RV almoçar para depois continuar nossa rota.
O próximo ponto de parada possível de se visitar de carro era o Grand View Point, que mostrava a imensidão por um novo ângulo. Depois haviam ainda mais três pontos, mas seguidos direto para Plain. E a estrada mais ousada de todas explicava que estávamos nos metendo em um ponto bem mais alto. Confesso que a última curva me deu um frio na espinha quando pensei no peso do RV (mal sabia eu que coisas piores viriam nos dias seguintes hahahaha)…
Mas a vista dispensava comentários já no caminho e a chegada merecia um tempo especial de observação. Aproveitamos o tempo ali pra ligar pra casa… Quanta honra receber uma call direto do Grand Canyon né kkkk. E deu sinal bom!
Depois fizemos os últimos cliques e seguimos novamente para o próximo destino: Monument Valley.
MONUMENT VALLEY
A ideia de passar por Zion, Bryce e Arches teve que ser abandonada em função do tempo…. Mesmo com o coração partido.
Mas antes de seguir para a Rota 66, uma última parada para admirar os Canyon dos Scenic View Point.
E partiu Monument Valley… Mais 2:00 de estrada e algumas milhas pra conta. No caminho uma coleção infinita de mais lindas paisagens cercando a histórica rota 66 e a sensação indescritível de aventura ao cruzar o percurso mais famoso da América…
Logo de cara um cenário bucólico das tribos Mojaves e os resquícios da guerra americana em uma pintura de faroeste raiz.
Ao longo do caminho muitas cores transformavam a paisagem a cada trecho da reta quase infinita.
Chegamos por lá quase ao pôr do sol, mas de longe o impacto dos monumentos gigantes já anunciava toda a nostalgia dos cenários mais conhecidos pra quem já viu qualquer filme de faroeste americano. Era quase possível ver John Wayne e seu cavalo sob um dos montes. É incrível como a natureza pode esculpir obras tão perfeitas em cada detalhe. Deslumbrante!
O centro de visitantes já estava fechado quando chegamos as 19:20, no fuso horário com uma hora a menos do nosso destino anterior. Mas isso não mudou em nada a experiência de observarmos os últimos raios de sol colorindo os paredões terrosos a nossa frente. Incrível!!!!
Saímos de lá com a lua já despontando sobre os montes e ao contornarmos o trajeto para seguir rumo a Salt Lake City, fomos premiados com uma visão única do pôr do sol, agora atrás dos montes que passamos há pouco, criando um landscape que nunca mais sairá da memória através daquela janela traseira do RV. Lindo demais!
Continuamos a jornada guiados pela lua. Aqui, ao contrário do deserto do Mojave e toda sua escuridão absoluta fruto da poeira espessa e do vento desértico, o clarão da lua cria contornos que tornam visíveis a noite os montes que não pudemos apreciar na luz do dia. E por mais que não seja possível ve-los claramente, há certa magia em percebê-los lá.
A vontade de apagar todas as luzes do RV e apreciar o brilho da rainha soberana da noite acompanhada de milhares de estrelas no céu limpo e claro era enoooorme. Mesmo assim pudemos ver um pouco dessa cena noturna que raramente podemos apreciar em qualquer cidade do mundo com seu ar poluído e suas muitas luzes.
Seguimos por mais 4h até Price. No trajeto passamos na entrada de Arches e era possível ver na estrada alguns dos rochedos que só aguçaram ainda mais nossa tristeza por não conhecer esse parque. Muitos hotéis e campings no caminho.
E em todo trajeto, mesmo no escuro, era possível ver diverso contornos com a ajudinha da lua. Aos poucos deixamos a 66 pra trás e chegamos em Price para pernoitar antes de seguir o trecho final até Salt Lake.
Foi um dia longo, quase 1000 milhas percorridas, mas uma sensação única por tudo que vimos nesta quarta-feira.
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