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País do futebol ?

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No país do futebol não se vê mais futebol. Não como antigamente.

Desde meados da Copa de 2006, a equipe brasileira vem deixando muitos torcedores decepcionados (Nem citemos aqui o vexame “duplo” contra a França). E ontem foi mais um desses momentos que, diga-se de passagem, já se tornaram rotina no futebol brasileiro.

Iniciando a partida com uma sensação de surpresa, a seleção dava sinais de que finalmente poderia realizar um bom jogo, sobretudo quando saiu o primeiro e belo gol dos pés de Diego. Mas parece que a anulação do árbrito anulou também o espírito de esperança da equipe e de todos os torcedores. A partir daí, o que se viu foi um time apático, que parecia entregar a toalha e se render sem grandes esforços. Fora as tentativas de Robinho (por várias vezes nas poucas em que a bola chegava até a área do gol) para realizar um gol e uma bicicleta que quase conseguiu, o resto da partida se resumiu à uma atuação fraca e desestimulante para quem assistia. A defesa brasileira poderia ser comparada à um queijo suíço envelhecido, que deixou passar um gol muito bonito do México, tão bonito quanto o chapéu de Castillo que precedeu o lance de virar o placar. E aos 29 minutos, por uma falta boba do meia Diego, veio à segunda chance do México. Morales bateu bem e marcou o gol, enquanto Doni observava a bola estático dentro do gol. “Estático”.

Se você foi dormir no intervalo do segundo tempo, não perdeu muita coisa. O resto da partida foi ilustrada por uma seleção mais agressiva, tentando recuperar-se do estrago com alguns lances de disparar o coração do torcedor, mas que não foram suficientes para virar o jogo.

Resultado da partida: mais uma derrota para a coleção que o time brasileiro vem fazendo, muita pressão sobre a equipe, e trabalhado dobrado para o técnico Dunga tentar reverter a imagem que o mundo têm do atual futebol brasileiro. E é bom ele trabalhar logo, para evitar outro fracasso no Domingo, quando o Brasil deve enfrentar o Chile em Maturín, decidindo não apenas mais uma partida, mas os rumos da história do futebol brasileiro.

Parece que o que mais falta à nossa seleção é preparo psicológico. Ou melhor, uma sessão de tortura para ver se o time volta à realidade. Corte de salário seria uma boa alternativa para arrancar uma atuação mais primorosa e digna dos altos dígitos recebidos pelos jogadores.

Dunga, por sua vez, tenta, se esforça, mas não apresenta os requisitos necessários para comandar o Brasil. Ele que foi uma estrela brilhante em seus tempos de jogador, e que deixou muitos torcedores orgulhosos de ser brasileiro, não consegue demonstrar o mesmo espírito de liderança e incentivo que tinha em seus bons tempos de capitão da equipe, que renderam à seleção umas das mais belas vitórias na Copa Mundial.

Galvão Bueno comentou algo sobre o fato da seleção enfrentar ontem uma situação semelhante à vivida em um passado mais distante, quando o resultado do jogo poderia definir o futuro do time. O que ele esqueceu de dizer é que, naquela época, tínhamos jogadores.

Enquanto isso, o país se apoia no sucesso do Vôlei para suprimir sua dor esportiva. Talvez se colocássemos Bernardinho no comando do futebol as chances de retomar as rédeas fossem maiores. Porque para comandar uma equipe não é necessário técnica esportiva, já que isso qualquer um pode ter com um pouco de senso e conhecimento. É preciso ter garra, brio, competência, pulso firme. É preciso cobrar o melhor, criticar, sugar o sangue dos jogadores até que eles implorem por água, mas também saber reconhecer um bom trabalho. Mais do que isso, liderar uma equipe vencedora é conseguir fazer com que todos abracem uma causa e lutem por ela juntos até alcançar seu objetivo maior: a vitória conseguida pela união das forças.

É. O país que ensinou ao mundo a arte de jogar futebol esqueceu como realizar bem seu maior ofício.

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