Um sopro de leveza e diversão em um ano de longos dias cinzas intermináveis.
“O Dia do Sim” é daqueles filmes que você não quer que acabem, literalmente. Quando o longa terminou após 90 minutos imperceptíveis, eu realmente queria mais.
O mais engraçado é que a premissa faz parecer que a história vai entregar um roteiro absurdo e exagerado. Afinal, que pais em sã consciência dariam um dia inteiro dizendo apenas sim aos filhos?
Mas a coisa toda ganha mais clareza conforme as regras do jogo começam a aparecer…
Porém, antes é preciso fazer uma pausa para explicar o que leva Alisson e Carlos a toparem oferecer ao trio de filhos comuns – crianças boas com suas rebeldia – uma dia no controle. A verdade é que mesmo as pessoas mais zens do mundo se tornam pseudo ditadores quando tem filhos. Não por maldade, mas por proteção. E é exatamente assim que o trecho de abertura explica bem a realidade.
E ao ser vista como uma mãe tirana por seus filhos, Alisson é chamada na reunião escolar e, por isso, decide dar o dia do sim aos pupilos, com o objetivo de provar que ela pode ser uma mãe divertida.
A sequência é uma série de atividades surpresas que vai desafiar os limites do casal na busca pela resistência em dizer não. O resultado inclui hospital, cadeia, o palco de um festival de música e uma casa invadida por espuma em uma festa nerd, só pra resumir…
E todos os estereótipos estão lá. A mãe é a malvada enquanto o pai é o bonzinho. Os filhos querem crescer e não aceitam a limitação dos pais… Tudo aquilo que você vive no seu dia a dia, com seus filhos (ou pais).
Qualquer pessoa que é fã de Jennifer Garner vai curtir o filme. Se for fã de “De Repente 30”, é quase como ver a Jenna Rink em uma nova fase da vida e com um marido diferente. E Jennifer equilibra na medida a condução de “O Dia do Sim” com a mão de produtora no projeto, que foi uma iniciativa dela após conhecer o livro de Amy Krouse Rosenthal e Tom Lichtenheld, que dá origem à trama.
Não sei se um dia do Sim realmente funcionaria em uma realidade verdadeira. Mas em tempos de pandemia, caos político e a sensação de claustrofobia total que sentimos ao olhar a nossa volta neste momento tão confuso da humanidade, “O Dia do Sim” funciona como um entretenimento para aliviar nossas tensões e trazer esperança de dias melhores.
Tem na Netflix.