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RIP: O adeus à Pelé

RIP: O adeus à Pelé

Quantos países já tiveram o orgulho de ser o grande símbolo do futebol no mundo? Acho que podemos dizer que, até hoje, só nós…. E se recebemos esse título (e o carregamos até hoje com orgulho, mesmo já distantes dos áureos tempos), é graças à uma geração que abraçou a paixão pelo futebol no campo e eternizou um legado que jamais será esquecido, tendo entre seus grandes protagonistas um ícone em especial: Pelé.

O artilheiro que fez mais gols pela seleção brasileira e tricampeão mundial, o jovem menino Edson Arantes do Nascimento, jogador do Santos que estreou como uma surpresa na seleção brasileira na Copa de 1958 ainda com 17 anos como um talento nato em ascensão sem saber quantos feitos entregaria para o mundo, nos deixou nesta tarde aos 82 anos após uma trajetória tão admirada no mundo do esporte. E deixou também nossos corações um pouco mais tristes e o futebol brasileiro mais carente…

O Rei Pelé, símbolo mundial do futebol, uma força da natureza materializada no esporte, reconhecido por todas as nações e grandes jogadores do mundo como o maior de todos os tempos. Ele que merecia tanto ter encerrado seu tempo neste mundo assistindo o Brasil conquistar o Hexa, mas não conseguiu. Pudera…. Ainda está pra nascer alguém com a garra e paixão pelo futebol puro com uma essência ao menos parecida com a dele. Sua partida hoje nos lembra o adeus à Senna, que partilhava da mesma paixão e dedicação à outro esporte. Um levado pela tragédia, outro pela doença e o tempo, implacável em seu poder.

Mesmo sabendo que nossa única certeza nesta vida é a morte, quando alguém muito amado ou alguém que é um ícone nos deixa, um pequeno buraco se abre. Fica um vazio, que é sempre um pouco difícil de explicar. Aos poucos, vamos processando toda a história construída por quem partiu e preenchendo esse vazio de memórias que vão ajudar a aplacar a ausência física e a saudade.

Pelé marcou 1283 gols. É o maior artilheiro da história do futebol. Fez 127 em um único ano (1959). Ganhou 25 títulos oficiais pelo Santos, jogou em quatro Copas do Mundo pela seleção brasileira, das quais vencemos três, foi 18 vezes artilheiro (9 seguidas do Paulistão). Exímio finalizador, Pelé encantou o mundo também com sua eficiência, seus dribles, seus lançamentos, sua capacidade de improvisar. Era um atleta completo. Sabia cabecear, bater falta, chutar com as duas pernas. Pelé fez torcedores de outros clubes aplaudirem o Santos pelo mundo todo. Foi capaz de lotar o Maracanã em finais do Mundial Interclubes. Fez os portugueses o ovacionarem em pleno Estádio da Luz na goleada do Santos sobre o Benfica, de Eusébio, aquele que era considerado um dos melhores jogadores da Europa na época. Pelé virou um mito, levou e elevou o nome do Santos e do futebol brasileiro por todo planeta.

Ele ajudou milhares de brasileiros a sorrir. Sua contribuição para este mundo, bem como para a história do futebol como esporte, foi muito maior do que qualquer livro de história ou museu poderia contar. Símbolo que imprimiu sua marca e peso na camisa 10, uniu toda uma nação como torcida, proporcionou incontáveis momentos de alegria, deleitou os amantes do futebol com sua arte em campo sem jamais deixar de lado a humildade e a generosidade, projetou o Brasil para o mundo e mostrou que tínhamos algo de que poderíamos nos orgulhar tanto.

Mas Pelé foi muito mais do que Rei do Futebol. Reis e rainhas se curvaram diante dele. Foi recebido pelos mais importantes políticos e representantes mundiais. É um cidadão do mundo, atleta do século, embaixador da Unicef, parou a guerra no Zaire em 69 para a partida do Santos… Alguém que usou sua influência e presença em tempos nos quais as redes sociais não pensavam nem em existir para fazer o bem. Em tempos de selfies e competição por quem vende mais produtos de marca ou posta o maior número de viagens de lazer nos feeds e stories da vida, Pelé continuou construindo com sua própria imagem um caminho de bem. Pediu proteção aos pobres e às crianças, fez sua parte para promover o que era bom no mundo. Tudo isso ainda permitindo às crianças sonharem…. Sonhar que é possível sair do nada e conquistar sonhos. Ser gigante mesmo sendo tão pequeno. E levar luz e inspiração à um mundo com tanta escuridão.

Se você estiver em qualquer lugar do planeta completamente perdido e deslocado, basta falar o nome Pelé e você terá algo a conversar com qualquer estranho que esteja perto de você.

Hoje o mundo perde uma lenda. Mas Pelé permanecerá sempre eternizado por seus feitos, não importa quantos anos se passem… Nenhuma homenagem conseguirá traduzir sua grandeza neste plano, mas que seu legado e seus ensinamentos jamais sejam esquecidos por esta e pelas próximas gerações, em todos os tempos.

Valeu por tudo, Rei!

Não sou do clã de fãs do Neymar, mas devo abraçar suas sábias palavras como uma bela tradução de sua história neste mundo:

“Eu diria que antes de Pelé, o futebol era apenas um esporte.
Pelé mudou tudo.
Transformou o futebol em arte, em entretenimento.
Deu voz aos pobres, aos negros e principalmente:
Deu visibilidade ao Brasil.
O futebol e o Brasil elevaram seu status graças ao Rei!
Ele se foi, mas a sua magia permanecerá.
Pelé é ETERNO!!”

(Neymar Jr)

Neste link da BBC tem um pouco de sua história (vale a pena a leitura pelos olhos de não brasileiros para entender seu significado para o mundo).

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