Capturar em um flash do tempo tudo aquilo que o momento pode representar é uma arte. E no mundo da fotografia, há aqueles que conseguem capturar esses momentos de duas formas: com alma e sem alma… Nesse interim, Thomaz Farkas ensina uma lição importante: “fotografia é convivência, troca de experiências entre as pessoas…”
Foi com essas palavras e uma voz firme que ele transmitiu para o público que esteve presente no dia 12 de Fevereiro em seu debate na Livraria Cultura aquela que pode ser uma das maiores lições da arte de fotografar.
Nascido em Budapeste, em 1924, Thomaz Farkas é um nome central no estabelecimento da fotografia moderna brasileira. Teve participação decisiva, na década de 40, no Foto Cine Clube Bandeirantes, um centro de discussão e realização fotográfica, produziu uma série de documentários sobre a realidade brasileira, nas décadas de 60 e 70, além de ter lançado uma revista e aberto uma galeria para promoção e discussão do assunto.
Farkas guardou parte significativa de sua produção num “baú misterioso”, que só recentemente foi aberto. Uma amostra do que o seu acervo de 34 mil imagens contém está em exibição no Instituto Moreira Salles, em São Paulo, e no livro “Thomaz Farkas – Uma Antologia Pessoal”, recém-lançado.
Questionado por um espectador do debate se, com as novas tecnologias, qualquer pessoa hoje pode ser considerar um fotógrafo, Farkas disse que sim. “Todo mundo é meio fotógrafo”. Provocado a explicar melhor, acrescentou: “Porque a foto não é só nós, é nós e eles”.
Neste seu elogio da troca, da convivência, Farkas ensina que qualquer um pode, realmente, fotografar, mas não é o equipamento, seja ele uma câmera de último tipo ou um telefone celular, que vai produzir imagens que emocionam….
Falou e disse!