Felizmente, além do seriado Three Rivers, temos uma outra boa notícia (e essa bem real! Nada de ficção!) sobre transplante de órgãos no Brasil.
Em 2009 aumentou em 26% o número de doadores no país, segundo o levantamento da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos – algo como a UNOS de Three Rivers). Isso significa que tivemos, no ano passado, um número de doadores correspondente a 8,7 por milhão de população (pmp), superando a meta de 8,5 pmp que estava prevista e os 7,2 pmp de 2008.
Obviamente ainda não estamos sequer próximos ao número ideal de doadores, mas a tendência mostra que os caminhos estão ficando cada vez mais abertos para a prática da doação. Na maioria das vezes, entre os obstáculos encontrados estão os casos de incompatibilidade e impossibilidade de uso do órgão (seja por doença, demora no transporte do órgão ou metodologias erradas), discordância dos familiares e, o mais temido de todos, o tráfico de órgãos.
Há casos horripilantes de tráfico de órgãos documentados em todo o mundo. A China é bastante conhecida por executar prisioneiros com o objetivo de beneficiar-se com o mercado clandestino de órgãos, gerando inúmeros problemas para os receptores como tecidos necrosados e falência no funcionamento. O comércio é realizado com diversos países, inclusive renomadas clínicas na Suíça, e movimenta investimentos incalculáveis por parte dos pacientes que estão entre a vida e a morte.
Mas não é só lá que isso acontece. E essa desconfiança gera medo e pânico generalizado em milhares de pacientes que precisam utilizar os serviços hospitalares para cirurgias em geral, das mais simples às mais complexas. Já que podem adormecer e não acordar mais simplesmente para que seus órgãos sejam traficados pela rede clandestina.
Quer ficar arrepiado? Leia “Coma”, de Robin Cook. O autor retrata de forma espetacular essa realidade através de uma obra ficcional baseada em fatos reais. É adrenalina a todo momento, e nos faz refletir sobre a questão da doação.
As discussões éticas e morais sobre transplante e tráfico de órgãos ainda sobrevivem sobre o limiar da dúvida e gera uma série de questionamento e reflexões, seja por profissionais do ramo, pacientes, doadores ou receptores. Certamente, o dia em que a política de órgãos se tornar mais transparente e os procedimentos médicos derem maior garantia e segurança aos pacientes, o número de doadores pode se intensificar ainda mais.
Ainda assim, reflita sobre quantas vidas você pode salvar doando seus órgãos. É uma ato de dignidade e coragem, dando continuidade à sua vida por caminhos diferentes. Afinal, não é isso que deixamos de nossa breve passagem pelo mundo?
No site InfoEscola você encontra mais informações sobre o assunto.
PS.: A doação de órgãos é um dos poucos assuntos em que Igreja e Ciência concordam na mais plena harmonia…..