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Dia 04 – Roma/Itália: Museus Capitolinos e arredores

Dia 04 – Roma/Itália: Museus Capitolinos e arredores

Arquibasílica de São João de Latrão, Piazza Venezia & Monumento a Vittorio Emmanuele II, Piazza Del Campidoglio & Museus Capitolinos, Via Del Corso até Piazza del Popolo. Essa foi a rota de hoje. Bora conferir?

Primeira noite de sono em Roma concluída com sucesso! Certamente bem menos horas do que o necessário, mas dormir em euros é desperdício. Minha sorte é que costumo dormir pouco e não tenho problemas em dormir em lugares diferente sou fora de casa ou com barulho – ou ronco (pobre do meu irmão, que dividiu o quarto comigo e não pode dizer o mesmo kkkkk).

Levantamos, nos arrumamos e atravessamos a rua em direção à Ola Caffetteria, bem em frente ao nosso AirBnB. Um lugarzinho pequeno, mas até simpático. Como quase todos os lugares de Roma, poucas ou quase nenhuma mesa no interior e mesas ajeitadas na calçada. Para nós, brasileiros e já habituados com a lei que proíbe cigarro em locais de alimentação, pode ser sofrido. Mas os europeus não ligam pra isso.

A vitrine estava recheada de guloseimas. E sendo o primeiro dia ainda não conhecíamos boa parte delas. Aí os olhos correm sempre para o aparentemente mais seguro: o bom e velho croissant. Mas é quase uma heresia chamar um croissant europeu – italiano ainda! – de bom e velho. Na verdade é impossível comparar o croissant que consumimos aqui no Brasil com aquela delícia de outro mundo que pudemos saborear em todos e qualquer lugar da Europa. É difícil explicar: muito mais crocante, leve e macio ao mesmo tempo. A maior parte das opções eram doces ou o simples, sem qualquer recheio (saudade do nosso croissant salgado – que pra eles deve ser um absurdo, né). Pedi um croissant com café e suco de laranja, sentei na mesinha tipicamente italiana ao pé da rua e comecei a curtir o clima (com aquele sorrisinho de canto mais acordado que eu dentro de mim).

Café tomado, iniciamos nossa caminhada em direção ao metrô (já falei que era na quadra ao lado de onde ficamos hospedados, né?!) e partimos para nossa aventura do dia, seguindo por paisagens que misturam o novo e o antigo de forma espetacular.

Primeira parada: Arquibasílica de São João de Latrão

A Arquibasílica do Santíssimo Salvador e dos Santos João Batista e João Evangelista de Latrão é chamada apenas de São João de Latrão ou Basílica de Latrão. A catedral é a basílica mais antiga do mundo, construída sob as ordens de Constantino o Grande durante o século IV. É também Diocese de Roma e sé episcopal oficial do bispo de Roma, o Papa. É lá que o Papa dá a sua benção a cada Quinta-feira Santa.

A basílica apresenta um interior grandioso e profundamente decorado, desde o teto até o chão decorados com mosaicos sobre os quais se erguem imponentes colunas e estátuas colossais.

Em frente da basílica está a Escada Santa, pela qual Jesus Cristo subiu para ser julgado na Sexta-feira Santa. Foi levado do palácio de Pôncio Pilatos em 326. Se você quiser conhecer esses dois lugares com um guia, é possível reservar o free tour por Latrão e pela Escada Santa (não fizemos este passeio guiado).

A grandiosidade de toda e qualquer igreja em Roma é sempre muito impactante e pode despertar discussões gigantescas sobre a força do catolicismo e até mesmo seus paradoxos. Mas não vamos entrar nessa pauta porque a ideia aqui é focar em viagem e diversão. Deixemos as polêmicas para outro dia e contexto. Foi com esse pensamento que visitamos cada igreja, basílica ou templo: com o olhar de um turista que admira o patrimônio cultural de uma nação. E ponto, sem brigas.

Tour finalizado, seguimos nossa caminhada e pegamos um ônibus até a Piazza Venezia para nosso próximo destino. Aí você tá andando de ônibus por Roma e do nada… Pah! Aparece o Coliseu com toda sua beleza e imponência no meio do trajeto…. Ah, os encantos de Roma…

Segunda Parada: Piazza Venezia, Piazza Del Campidoglio & Museus Capitolinos

Descemos, caminhamos um pouco e logo desembocamos na Piazza Venezia, uma grande praça e um dos principais centros nevrálgicos do sistema de transportes de Roma, na qual muitas das principais avenidas da cidade se intersectam, como a Via dei Fori Imperiali e a Via del Corso. Seu nome é uma referência à cidade de Veneza (em italiano: Venezia), uma homenagem ao cardeal veneziano Pietro Barbo (futuro papa Paulo II), que construiu o Palazzo Venezia, um palácio construído perto da vizinha Igreja de São Marcos, o padroeiro de Veneza. O palácio era também a embaixada da República de Veneza em Roma.

A praça fica no sopé do monte Capitolino e perto do Fórum de Trajano. A principal artéria da cidade, a Viale dei Fori Imperiali, começa na Piazza Venezia e atravessa o Fórum Romano em direção ao Coliseu. Basicamente é aquele cruzamento marcante, gigante e infinito impossível e atravessar. Mas é claro que brasileiros se fazem presentes… E dessa vez quem brasileirou fui eu. Depois de ver uma galera atravessando em um ponto, não tive dúvida e copiei. Só algumas buzinadas e metade do caminho depois percebi que estava errada e que o resto do grupo não me seguiu (não a toa, rs).

Então juntei minha vergonha abrasileirada, finalizei o percurso e fui disputar uma sombrinha ao pé do Monumento a Vittorio Emanuele II enquanto o restante do grupo terminada a travessia do jeito (longo) certo.

Grupo reunido, seguimos em direção à Cordonata, a rampa com degraus que tem em sua parte inferior um par de leões de granito egípcio, e à esquerda, um monumento do século XIX, a Cola de Rienzo, próximo ao local em que o tirano foi executado. No topo da rampa estão as esculturas dos gêmeos Castor e Pólux, anunciando a chegada à Piazza Del Campidoglio, ou Monte Capitólio, uma das sete colinas históricas sobre as quais Roma foi fundada. O projeto é obra de Michelangelo, responsável pela remodelagem da Praça em 1534 (e morreu antes do projeto ser concluído). Ao adentrar à Praça você poderá notar ao fundo duas estátuas gigantescas que representam os rios Tibre e Nilo, e de cada lado estão localizados os Museus Capitolinos.

Os Museus Capitolinos são um dos museus mais importantes do mundo. Neles, você pode admirar uma vasta coleção de peças únicas que são um exemplo claro do que Roma foi na história da humanidade como a mãe da civilização. Os dois são edifícios unidos através da Galeria Lapidaria, uma passagem subterrânea que atravessa a Praça Campidoglio sem a necessidade de sair dos museus.

Antes de entrar nos museus, descemos um pouco à lateral esquerda em busca da Lupa Capitolina, a loba que criou Rômulo e Remo (já falamos disso ontem, certo?). Aliás, em vários pontos da cidade há esculturas em memória à história da loba.

Adentramos o museu e foi como se cruzássemos um portal através dos tempos, com a oportunidade de apreciar e observar uma infinidade de tesouros históricos que contam a narrativa de Roma e da civilização europeia, além de conseguir conferir novamente os vislumbres das ruínas do Palatino por outro ângulo. Um museu bastante agradável, não muito movimentado (paz para observar arte é parte maravilhosa de um passeio – e veremos o oposto disso na Capela Sistina).

Quando saímos, do lado de fora do museu, uma cena inusitada: não apenas um, mas vários casamentos acontecendo! E eu logo pensei: acho que é uma sina presenciarmos ou participarmos como penetras de casamento em pontos turísticos em nossas viagens (lembra do Glaciar Point na CalifaRoadTrip?). Depois eu acabei descobrindo que aquela é mesmo a praça dos casamentos, pois à direita dos museus há um cartório civil, um dos mais chiques e requisitados de Roma.

Finalmente algumas horas e alguns casamentos depois, mortos de fome, saímos à caça de um rango.

Pausa para o Almoço

Não muito longe dali encontramos o Bar Orchidea, um local tranquilo, agradável e com bom atendimento. Foi nossa escolha para o almoço de hoje. O cardápio não poderia ser outro, afinal 24 horas em Roma sem uma bela pizza era quase um pecado. Então fomos de pizza! Depois eu descobriria que essa estava longe de ser a melhor pizza que comeríamos. Na verdade foi bem “inha”… Mas o sorvete de sobremesa, esse estava delicioso!

Curiosidade: foi durante esse almoço que descobrimos que pedir Fanta na Itália pode ser uma arte! hahahaha… Dona Cristina pediu Fanta, mas o que veio foi um líquido de cor clarinha, parecia aguado. Obvio que todos provamos e não parecia a nossa fanta tradicional… Só depois descobrimos que lá tem a Fanta Laranja (a nossa) e essa outra Fanta estranha, rs…

Monumento a Vittorio Emanuele II

Almoço concluído, retomamos nosso roteiro de volta à Piazza Venezia, dessa vez com a meta de apreciar o Monumento a Vittorio Emanuele II. É ele quem domina todas as atenções na praça.

No interior da grande construção de granito estão o Instituto para a História do Ressurgumento e o Museu Central do Ressurgimento.

Desde 1921, o Monumento abriga a tumba do soldado desconhecido, um lugar onde brilha a chama eterna e que está sempre custodiado por dois soldados.

O colossal monumento tem um total de 135 metros de largura e 70 metros de altura e é formado por dezenas de majestosas colunas coríntias e intermináveis escadas, tudo isso feito em mármore branco. Uma escultura equestre de Vittorio Emanuele feita em bronze preside o conjunto e duas quadrigas guiadas pela deusa Vitória coroam o pórtico de 16 colunas.

O monumento foi muito criticado desde a sua construção, já que foi necessário derrubar diversos edifícios de grande valor para deixar o espaço suficiente livre, e os italianos não gostaram da ideia de instalar um edifício tão chamativo e carregado junto aos edifícios clássicos que o rodeiam. Mas se a ideia era chamar a atenção, então os caras podem se orgulhar, viu…. Estando localizado no Monte Capitólio, a mais alta das sete colinas de Roma, sua representatividade se torna clara quando, de qualquer lugar em que você esteja, nota-se o monumento. Não importa de qual ponto você observe Roma, ele se faz ver claramente. É impressionante!

No terraço panorâmico, muuuuitos degraus acima da rua, a vista realmente vale a pena.

E como tudo que sobe tem que descer, descemos…

Em 2009, durante as escavações da Linha C do Metrô de Roma, antigos restos do que foi identificado como sendo o Ateneu do imperador Adriano foi descoberto no meio da praça em frente ao monumento (e você consegue ver a obra de escavação toda lá aberta). Se os romanos não conseguem ter um fluxo de transporte público mais eficiente, a culpa é definitivamente da história…. A cada broca no chão, uma nova descoberta…

Via del Corso

Da Piazza Venezia seguimos para a Via Del Corso, a rua mais famosa do centro de Roma, que abriga o coração comercial e as principais lojas de Roma, desde marcas simples e desconhecidas até as grifes mais importantes do mundo.

Mais do que apenas uma rua comercial, a Via Del Corso é uma fachada cultural. E não só pelos estabelecimentos, artistas de rua ou prédios históricos. Aqui as pessoas também são parte da paisagem. E você verá de tudo: desde o turista mais normalzinho como a gente, até um povo elitizado que anda pelas ruas de meia e papete sem a menor vergonha e com o espírito de quem ostenta tanta grana que a última preocupação é a sua opinião. Tem, literalmente, de tudo. Inclusive filas gigantescas em frente à lojas como Gucci (coisa de modinha, já que quem quer mesmo comprar uma Gucci nem precisa pegar fila, né migos).

A jornada pela Via Del Corso deve ter durado algo em torno de quarenta minutos, quase uma hora. Fomos aproveitando a paisagem, paramos para tomar um gelato e aliviar o calor e aproveitamos a sombra. De lá desembocamos na Piazza del Popolo, uma das mais tradicionais de Roma, que abriga um obelisco Flaminio adornado por duas fontes de Netuno (com água deliciosamente gelada e potável) ao centro, além da Igreja de Santa Maria del Popolo e as duas igrejas gêmeas de Santa Maria em Montesanto e Santa Maria dos Milagres, sem contar ainda uma pontinha dos jardins de Villa Borghesi. Ela representa a porta de entrada para a Roma mais antiga, perto de uma das estradas consulares de Roma, a Via Flaminia. Pode ser considerada a última grande realização da Roma papal, fechada ao norte pela Porta del Popolo e dominada a leste pelas rampas do calçadão de Pincio. Esta praça é a entrada urbana mais interessante do mundo e é o maior acesso ao coração de Roma.

Com os pés levemente sofridos e muito calor, começamos nosso caminho de volta ao AirBnB. A meta era tomar um banho e dar uma descansadinha depois de dois dias de MUITA caminhada e sair jantar logo mais.

Jantar do dia

Ali bem pertinho do hotel encontramos um restaurante bem gostosinho e agradável que se tornou quase um queridinho: o Piccolo Spazio. Com excelente atendimento, o cardápio tem opções bem italianas e com preço honesto.

Já de cara fomos recepcionados com bruschettas e eu logo decidi matar mais um item da minha lista de guloseimas: um carbonara mais italiano do que nunca. Tava delicioso! Para sobremesa, pedi um tiramissu e já completei logo outro item da lista. Tava bem gostoso, mas não acho que represente o melhor tiramissu italiano não. E antes de sair fomos agraciados com uma cortesia que é a cara da Itália: limoncello!

Eu tinha muuuuuitoa curiosidade em provar essa iguaria (que também estava na minha lista). Achei bem bom, mas acho que minha expectativa era alta demais depois de tantos anos vendo filmes a respeito. Mas é um licor refrescante que cai bem para uma noite quente e para finalizar um jantar cheio de sabor.

Pois bem, com a meta do dia batida e algo em torno de 12 a 15 km de caminhada no dia, nos recolhemos (e eu ainda trabalhei um pouquinho) para preservar um pouquinho do físico para o dia seguinte, com muitas novas atrações e descobertas esperando por nós. O coração não precisava de descanso… Ah não! Esse estava repleto e recheado de toda energia contagiante que exala da magia desse lugar tão encantador que segue mantendo meu sorriso oculto sempre radiante e deslumbrado com cada detalhe desse sonho que ainda nem parece realidade 🤌🏼❤️


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