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RIP – O fim de uma era: o adeus à Rainha Elizabeth II

RIP – O fim de uma era: o adeus à Rainha Elizabeth II

E então o dia que todos acreditávamos ser impossível aconteceu: a Rainha Elizabeth II nos deixou.

Aos 96 anos, ela era mais do que um ícone mundial: era uma referência do tempo. Viver mais ou tanto quanto a Rainha Elizabeth II era sinônimo de força e longevidade.

E foi assim que por tantos anos estabelecemos uma espécie de competição saudável entre ela e minha bisavó, fazendo apostas sobre quem nos deixaria primeiro ou alcançaria o centenário. E tudo levava a crer que as duas seriam bem sucedidas nessa missão. Mas o inacreditável existe para jogar a realidade na nossa cara, às vezes de forma dolorosa. Minha bisavó era mais velha, nos deixou em 2020, um mês antes de completar 96 anos. A Rainha nos deixou em 2022, cinco meses depois de completar 96 anos. Apenas seis meses separaram as duas competidoras páre-duro. E em um jogo que durou quase um século, julgo que tivemos um empate mais do que justo.

Acho que até por essa “brincadeira” considerávamos Elizabeth quase da família em casa. Falávamos dela quase com o mesmo carinho ou referência que aquela tia bisavó. Era quase como se ela realmente fosse a oitava irmã da minha bisavó.

Mas a Rainha foi muito, muito mais do que isso.

Símbolo de força e de tantas gerações, governou por 70 anos, tendo sido catapultada para a missão de conduzir toda uma nação com apenas 25 anos. Uma mulher, que enfrentou a família e se casou por amor, mãe, cercada por escândalos reais na família, tomou para si a missão de dar continuidade ao reinado de seu pai, George VI, que faleceu com apenas 56 nos, e o fez de forma tão exemplar e icônica que jamais, nem se quisesse, poderia ser esquecida ou ter deixado este mundo de forma simplista.

Pegou nas mãos um governo lascado pelo passado sanguinário e transformou, à sua maneira, no novo mundo. Viu tantas transformações como muitas pessoas não foram capazes de testemunhar. Guerras, pandemias, muralhas, quedas de muros, mudanças políticas, transformações tecnológicas…. Lidou com o caos familiar tantas vezes quanto qualquer família popular brasileira ou de qualquer canto do mundo (mesmo que nos bastidores). Enterrou uma nora tão revolucionária quanto fostes e foi o abrigo de seus netos na ausência da mãe. E foi uma avó como a nossa, correndo atrás do neto levado para ele não se machucar na roda da carruagem, ou ainda dando aquela bronca básica para ele se levantar durante os compromissos reais…

Ao refletirmos sobre tudo que testemunhou neste mundo, é quase impossível não pensar em como sua vida foi tão longa.

Mas nem mesmo o peso das obrigações reais a tornaram uma mulher fria. Seu simpático sorriso estava sempre pronto. Não é a toa que se tornou tão popular. E quem não se derreteria com sua participação especial na abertura das Olimpíadas de Londres ao lado de Bond. Um momento que sempre vale a pena relembrar:

Ou mesmo quando tomou seu café da tarde com Paddington no jubileu deste ano:

O que poderia ser mais icônico em um mundo ainda tão misógino e machista do que uma mulher que assume o posto de Rainha aos 25 anos e transforma seu governo em um símbolo de exemplo mundial, sendo respeitada até mesmo pelos líderes mais brutais, corajosa, forte, independente, popular e que sempre transmitiu a mesma tranquilidade e serenidade ao povo, mesmo nos momentos de maiores intempéries. E tudo isso sem perder o estilo e a elegância.

Ahhhh Betinha. O mundo vai ficar meio estranho sem você. Mas “o luto é o preço que pagamos pelo amor“, como você mesma bem nos disse.

Obrigada por ter deixado à este mundo um legado e exemplo tão belo. Agora vai lá encontrar a bisa que esse encontrou já demorou tempo demais para acontecer depois de toda a expectativa. Em breve também nos juntaremos à vocês ❤️

#RIP

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