Adoro ler um livro com páginas amareladas ou novas, ainda me encontro bem melhor com meus bilhetes do que anotações eletrônicas, e minha inspiração ainda flui incomparavelmente melhor com um lápis e papel na mão do que no teclado de um computador (e sim, ainda prefiro escrever a mão e depois redigitar tudo…).
Acho que com tanta tecnologia e digitalização as pessoas acabaram se tornando mais distante hoje em dia, mais frias. Talvez eu seja antiquada ou uma romântica incorrigível, não sei bem… Mas por mais que seja emocionante ficar no msn esperando a janelinha subir ou a resposta que virá do lado de lá, não há nada mais envolvente do que escrever de próprio punho uma carta ou um recado, pensando bem nas palavras que serão colocadas ali, porque você não tem um corretor de texto manual ou um “backspace” no dedo…. Há uma certa magia…. A magia de alguém escrever uma carta, colocar na caixa de correio e esperar que aquele outro alguém a leia…. A magia da expectativa em olhar todos os dias na caixa do correio para ver se encontra alguma resposta, se poderá sentir o cheiro do perfume que ficou impregnado no papel, a letra, a hesitação, o rabisco da palavra que saiu errada….
De certa forma é isso que o filme “A Casa do Lago” retrata. A história de duas pessoas ligadas por uma mesma casa e um buraco de dois anos no tempo. Duas pessoas com uma vida confortável, realizadas profissionalmente e emocionalmente incompletas. Soa um tanto poético, mas para que servem os romances se não para trazer à nossas vidas um pouco de fantasia e uma breve fuga da realidade?…
Em meio à tantas evoluções tecnológicas, a ligação entre Kate (Sandra Bullock) e Alex (Keanu Reeves) acontece por meio de cartas e bilhetes, começando com um simples recado de Kate para o novo inquilino da casa do lago, da qual acaba de se mudar, para que encaminhe suas correspondências até seu novo endereço. Juntos, eles mudam até mesmo o curso de suas vidas para que possam se reencontrar no futuro de Alex e no presente de Kate. Mas enquanto isso, tudo que têm são as cartas. Nelas encontram conforto, companheirismo, força e amor…
Claro que a gente sabe que é filme, não é realidade… Mas quem não desejaria um romance assim?….
Unknown
26 de agosto de 2009 at 14:45Muito bom Lê!!! Adorei seu texto e concordo plenamente com vc, apesar de a cada dia perder o hábito com o papel e a caneta, rs… pois é, tenho cada vez escrito mais eletronicamente e menos analogicamente, rs. Isso é triste.
"A casa do lago" é ótimo, um dos meus filmes preferidos. É baseado num livro né, já batalhei mas não encontrei pra comprar até hoje, acho q não foi traduzido para o português… tenho certeza q deve ser ainda melhor q o filme (como costuma acontecer sempre, rs).
Bj.
Letícia
27 de agosto de 2009 at 12:27Obrigada, Victão!
Ah, sei bem que você já está mais no lado "tecnológico" da força… rs. Não é que seja triste, até porque tornou-se necessário, mas às vezes a gente perde algumas boas peculiaridades….
E "A Casa do Lago" é encantador por sua simplicidade e delicadeza. Não é uma história com grandes acontecimentos ou revoluções, mas é justamente aí que está sua essência… Se um dia você encontrar o livro, me empresta, hein!!!! rs…
Bjs