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Há um ano atrás um marco histórico se cravava na história americana: o primeiro presidente negro dos EUA acabava de ser eleito, numa disputa grandiosa, que rendeu muitas lágrimas (de alegrias para alguns e tristezas para outros) e a promessa de um amanhã diferente para a nação estadunidense.
Passado o ano de adaptação de Obama, a gente se pergunta: qual foi o resultado inicial de todo aquele alvoroço? Claro que é injusto julgar um governo em seu primeiro ano, quando ainda não houve tempo nem para desvendar todas as gavetas presidenciais, mas já dá para se ter uma idéia do movimento tomado por seus dirigentes e de qual foi a relação estabelecida com a aquisição do poder de um governante à Obama.
Em um resumo mais que básico acho que podemos dizer que Barack Obama se saiu bem.
Começou com um presente de grego deixado pelos governos anteriores: uma das maiores crises financeiras mundiais que afetou os EUA de forma assustadora. Isso descarrilhou os planos de Obama, que teve que refazer muitos de seus planos e deixar alguns projetos para mais tarde. Ainda assim, instituiu um pacote de estímulo financeiro de US$ 787 bilhões e um orçamento de US$ 3,4 trilhões, socorreu montadoras de automóveis à beira da falência e apresentou legislações pioneiras para a reforma no sistema de saúde (o assunto do momento nos EUA), regulação mais estrita de um setor financeiro paralisado e a redução dos gases poluentes causadoras do efeito estufa (lembra da briga que foi com o Bush por causa dessa novela?). E tudo isso mergulhado nas divisões partidárias entre esquerda e direita.
A palavra para descrevê-lo hoje talvez seja OUSADO. Neste primeiro momento, ele ainda não teme opiniões e tenta mostrar a que veio.
É inegável a semelhança de Obama com Lula, seja por seu jeitão bem ‘do povo’ ou por suas ações. Obama, assim como Lula, é uma eleito da grande massa, uma quebra de paradigmas, uma revolução de seu país, como Lula o foi para o Brasil. Divisões da opinião pública são mais do que naturais e as polêmicas vem como a relação de causa e efeito.
Em um ano Obama já coleciona vitórias, fracassos, gracejos (se Clinton era o presidente amante, Obama é o dançarino galanteador), piadas, fatos e uma série de momentos memoráveis, seja como governante ou como pai de família (coloque também Michelle, sua mulher, na lista das primeiras-damas mais sociáveis e participativas dos EUA). Mas também aprendeu que não é tão fácil administrar um país e lidar com as forças do poder paralelo. E pelos próximos anos ainda há muitas coisas pra acontecer.
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