Adam Sandler contagia o expectador com toda magia do esporte e transforma o cinéfilo em torcedor.
O basquete está para o americano como o futebol para o brasileiro. Isso não é segredo. Basta ver o quanto são disputados os ingressos e lugares para qualquer partida da NBA. E se no futebol a torcida é parte fundamental da partida, no basquete também. Seja em quadra ou atrás da tela de uma TV ou celular.
Se você não entende muito bem o que isso quer dizer, então é só assistir Arremessando Alto pra sentir na pele.
O novo longa de Adam Sandler consegue nos transportar de forma quase mágica do papel de mero espectador para um torcedor ativo, que por certo momento quase esquece que aquilo não é uma partida de basquete, mas um filme.
Rei das comédias pastelão (e tudo bem! Eu mesma já vi “Esposa de Mentirinha” e “Como se Fosse a Primeira Vez” incontáveis vezes), Sandler tem se firmado cada vez mais como um grande cara do cinema não apenas por personagens mais sérios e emblemáticos (Reine sobre mim, Jóias Brutas), mas por sua atuação como produtor e criativo. Não é a toa que ele detém a produtora Happy Madison (e também sua subsidiária Madison 23) e hoje pode escolher os projetos que deseja fazer.
Desta vez ele dá vida à Stanley Sugerman, um olheiro com faro apurado para grandes talentos que sonha em ser técnico para viajar menos e passar mais tempo com a família, mas aos 50 anos entende que não existem mais sonhos, e sim boletos pra pagar e família pra sustentar. Pausa pra reconhecer que Sandler está sabendo se encaixar muito bem em papéis de sua atual faixa etária sem tentar ser o terno adolescente.
É em uma de suas viagens para tentar encontrar o talento que lhe falta e garantir a vaga de técnico assistente que Stanley descobre não em quadra, mas nas ruas, um talento puro sangue: Bo Cruz.
O que vemos a seguir ao longo de quase 120 minutos é uma relação de treinamento, resiliência e amor, em que Stanley redescobre sua paixão pelo basquete através do talento de Bo, e Bo encontra em Stanley mais que um técnico, mas uma figura paterna.
Apesar da fórmula previsível, o longa não chega a ser piegas. Mas é, sem dúvida, contagiante!
Óbvio que tem um arquirrival para cada um, ainda. Bo precisa encarar o egocentrismo de Kermit Wilt, que tenta se firmar como nova estrela da NBA, e Stanley o de Vince Merrik, herdeiro dos 76ers da Filadélfia e seu novo chefe. Quando percebi eu já estava soltando “uhhhhh” quando Bo perdia um lance na peneira que tanto batalhou pra conseguir… Me peguei rindo sozinha ao me dar conta da cena… E que sensação boa! Como é gostoso ver filmes assim, pra cima, que são capazes de nos levantar mesmo nos dias mais difíceis.
Mas isso é, sem dúvida, reflexo de um enredo bem construído, que começa despretensioso e quase engana de que pode não esquentar muito… Mas mostra sua crescente e cumpre seu papel de divertir, emocionar e de nos fazer lembrar que, acima de tudo, devemos ser apaixonados pelo que fazemos.
Valeu, Adam!
Tem na Netflix.
Curiosidades sobre Arremessando Alto:
- Com LeBron James como co-produtor do longa, ficou mais fácil escalar estrelas de verdade do mundo do basquete para muitos personagens que vemos em tela.
- Sabia que em Jóias Brutas, outro sucesso de Sandler na Netflix, é também a paixão pelo basquete que o leva às apostas que definem o filme?