Um Domingo chuvoso é o dia perfeito para descobrir pequenas pérolas escondidas na Netflix… E foi assim com Mio Fratello, Mia Sorella (Meu Irmão, Minha Irmã).
Eu já tinha esse filme na minha lista pra assistir há um tempinho… E confesso que o impulso de deixar na lista é por que me parecia uma comédia daquelas que renderia várias situações cômicas com a dinâmica familiar, ainda mais com a tônica italiana para apimentar a coisa…
Aí ontem, zapeando uma opção no sofá com aquela preguiça costumeira, apareceu o longa na lista e decidi aproveitar a deixa. O resultado foi um filme surpreendentemente delicioso e com uma dose de emoção que eu não estava esperando…
Meu Irmão, Minha Irmã coloca em pauta a história de Nikola e Tesla (sim, juntos formam o nome do físico, é isso mesmo), dois irmãos que não se vêem há vinte anos e são reunidos novamente pela morte do pai (um professor de física, daí o nome dos filhos). Tesla é a filha responsável que foi abandonada pelo marido e morava com o pai e os dois filhos adolescentes, Carolina, que não a chama de mãe, e o filho Sebastiano, que é esquizofrênico e um prodígio na música clássica. Já Nikola é o surfista boa vida que sumiu há vinte anos e volta com trajes de praia para o funeral. O tempero vem justamente na leitura do testamento do falecido, que deixa aos dois a missão de compartilharem a casa por um ano antes que possam vende-la. E aí é que começa a comédia toda…
Mas além das situações cômicas, as feridas familiares também serão escancaradas uma a uma até o ápice final, quando Nikola revela o real motivo de sua partida há vinte anos…. Que é de arrasar…
Mas nada é tão devastador quanto o acontecimento final…
BIG SPOILER AQUI!
A chegada de Nikola vem como um fator de mudança para a vida do jovem Sebastiano, que deixa pela primeira vez sua bolha de proteção para vivenciar o mundo… O que a família não sabe, entretanto é que o jovem não está tomando um de seus comprimidos. E esse conjunto desencadeia uma crise que acaba levando. Seba (sim, apelido horrível quando não se está na Itália) a ser atropelado. Mesmo sendo socorrido o jovem não resiste e morre. Sua morte é tratada de forma delicada e poética, mas é impossível não deixar as lágrimas caírem….
Temas que são tão rotineiros como brigas e questões familiares nem sempre são retratados como a realidade realmente acontece. E aqui vemos tudo isso sem aquela camada irreal do cinema… A leveza vem, mas ela também acontece na dose certa de realidade, mesmo que não seja tão frequente.
De brinde, cenas belíssimas de uma Itália sempre romântica, com direito ao Coliseu no meio da cidade e as vielas cinematográficas de Roma.
Uma grata surpresa para um domingo chuvoso.
Tem na Netflix.
Marines
27 de junho de 2022 at 15:28Filme muito bonito, história bem escrita. Trilha sonora maravilhosa. Eu recomendo.
Mui belo.
Letícia Spinardi
27 de junho de 2022 at 15:32Né?! Uma ótima pedida!