E lá fui eu prestigiar a terceira aventura do Ogro mais simpático de todos os tempos…
Shrek é um filme contra-cultura que desde sua primeira edição busca satirizar clássicos do cinema e criticar fatos sociais através de sacadas cheias de ironia e sarcasmo de primeira.
Após se apaixonar por Fiona no primeiro longa e conhecer a família real no segundo acompanhado por um Burro mais sensato e menos chato (que chega a dar certa saudade da antiga e irritante matraca) e um Gato de Botas que permanece com seu sarcasmo afiadíssimo, desta vez Shrek tem que lidar com as responsabilidades da vida de casado, ao mesmo tempo em que precisa encontrar Artie, sobrinho do falecido Rei Harold, para substituí-lo no trono de Tão Tão Distante, e tudo isso em meio as artimanhas do Príncipe Encantado para vingar-se do Ogro e tomar o poder do reino.
Novamente o longa prima pelo humor sagaz, mantendo o nível das seqüências anteriores, alternando entre momentos mais hilariantes e outros nem tanto. Para quem assiste, fica a sensação de não tratar-se de uma continuação, mas sim de um filme dividido em partes, no qual é possível acompanhar a evolução da história e a transformação de cada personagem.
Desta vez, a novidade fica por conta da paternidade de Shrek, cujo pior pesadelo faz uma menção imediata aos clássicos O Bebê de Rosemary e O Exorcista.
Artie, o novo personagem da trama, é o esteriótipo típico “colegial rejeitado” do Rei Arthur, apaixonado por uma Guinereve à lá Paris Hilton insuportavelmente irritante, e atormentado por um Lancelot playboy metido à valentão, além de contar com a ajuda um tanto duvidosa de um Merlin todo atrapalhado, numa versão meio indie de Albert Einstein.
Mas é Pinocchio buscando todas as artimanhas da linguagem para não mentir que arranca risos da platéia e leva Encantado ao paradeiro de nossos heróis.
Encantado, por sua vez, mostrou-se um vilão de primeira categoria, saindo-se melhor do que sua imponente e presunçosa mãe, a Fada Madrinha, e dando o grande toque de perspicácia ao enredo. E quando se une aos vilões rejeitados dos contos de fadas, garante mais uma boa dose de risadas com as frustrações e desejos que tornam qualquer vilão digno de uma crise de gargalhadas (imagine o Capitão Gancho cultivando cravos!).
Recheado de metáforas e comparações, um dos melhores momentos é o chamado da Branca de Neve para os animais da floresta, que vai de 0 à 360º, convertendo o doce canto da princesa da Disney (vide tatuagem!) ao som de Imigrant Song (Led Zeppelin). Até a morte do rei Harold, após uma interminável hilariante agonia, torna-se o funeral mais cômico da história da animação com o coro de sapos cantando Live and Let Die (Wing). E apesar de não contar com uma música-tema como nos outros filmes, a trilha sonora não deixa por menos em sua qualidade, trazendo clássicos de arrebentar.
A dublagem do Ogro, cargo que cabia à nosso saudoso Bussunda, foi tão bem rearranjada que em meio ao enredo do filme passa até desapercebida, encaixando tranquilamente na trama. Mas é claro que a incrível “expressividade molenga” do eterno Casseta vai deixar seu toque de saudade.
Como não poderia deixar de ser, o filme traz sua moral da história e deixa a mensagem de que só nós mesmos é quem nos interpomos àquilo que desejamos ser (destaque para a auto-culpa do coadjuvante de vilão que quase desencadeia uma pancadaria em meio ao discurso poético e sentimental de Artie). Ou, nas palavras de outra figura hilariante da televisão, o diretor Jorge Fernando, “nós podemos ser o que quisermos; é só determinar, ter uma direção e ralar!”.
Talvez não tão inovador quanto o primeiro, nem tão original quanto o segundo (a calcinha do Pinocchio será sempre um marco na história da animação), Shrek Terceiro cumpre seu objetivo e traz mais uma dose de alegria e diversão descompromissada para a família.
Com uma contribuição de Quiko Chavez (Obrigada, Quiko!), quem quiser saber maiores informações sobre o filme, o blog Tarja Preta disponibiliza curiosidades interessantes sobre a produção, enquanto o SimSalaBean traz um vídeo que já circula no You Tube com uma divertida animação dos bebês ogros (que prometem arrasar no mercado), além de emoticons animados. Aqueles que desejarem ver o vídeo diretamente do You Tube, basta acessar: Bebês ogros dançando – Shrek Terceiro.
E que venha a 4ª aventura!
Angelo
18 de junho de 2007 at 17:45Oi Soraia, muito bom seu post sobre o filme shrek. estava olhando alguns blogs que postaram sobre o filme
e achei algumas coisas bem legais que eu acho que seria super legal você colocar por aqui.
um deles traz o spot de lançamento do filme em que os Bebês do Shrek dançam ( Shake, Shake shake you booty)
e tem uns emoticons para download.
E no outro, um post sobre curiosidades técnicas do filme.
super bacana.
olha aí a dica:
http://simsalabean.wordpress.com/2007/06/12/os-ogros-dancam/
http://www.tarjapreta.org/blog/?p=406
Grande Abraço
Letícia
19 de junho de 2007 at 08:36Muito obrigada, QuikoChaves!
Agradeço pelo elogio e pela dica! E já estou inserindo sua contribuição no post, ok!
Envie-me o link de seu blog para que possamos trocar idéias sobre assuntos diversos…
Abraços!
Claudio
11 de dezembro de 2020 at 04:03Até que fim achei o que estava procurando. Artigo bem
completo sobre o assunto. Obrigado pela informação.
Compartilhei no meu pinterest.