Sempre que eu ouvia falar do filme “Quatro Amigas e Um Jeans Viajante” eu pensava: ‘mais uma comédia boba da sessão da tarde com um bando de patricinhas que não tem o que fazer a não ser correr enlouquecidamente atrás de garotos e transformar uma mancha no vestido em catástrofe mundial…’
Me enganei. Redondamente…
Era um daqueles sábados à noite em que não há nada para fazer e você também não está muito inspirada para encontrar algo ou escolher um filme na estante, sendo que, no fundo, está no sofá apenas esperando que a televisão lhe traga o devido sono. Foi assim que, sem querer, assiti os filmes em questão. Qual não foi minha surpresa em ser agraciada com uma delicada trama sobre o verdadeiro sentido da amizade e companheirismo, mas sem os exageros e melodramas dos filmes adolescentes.
Bridget, Tibby, Lena e Carmen são quatro amigas inseparáveis desde que suas mães se conheceram nas aulas de ginástica para grávidas, e que, juntas, se completam, cada qual com suas características. Elas cresceram, viveram e amadureceram, até que chega o verão em que terão de se separar pela primeira vez. Entretanto, antes da viagem, encontram um jeans que serve perfeitamente nas quatro e logo o transformam numa espécie de amuleto do quarteto, sendo que a cada semana a calça ficará com umas das quatro.
A calça é apenas um pretexto para retratar as aventuras das quatro moças durante o verão. E é aí que esta a magia e sensibilidade de Ann Brashares, autora dos best-sellers que deram origem aos filmes. O quarteto compartilha o amor e a dor da vida real. Os problemas realmente existem e a melancolia dá seu tom, ao contrário das histórias adolescentes em que o problema da mocinha é ir com o garotão popular ao baile do colégio. Bridget precisa enfrentar o suicídio da mãe e a distante relação com o pai, o que a tornou uma garota espontânea, mas que no fundo esconde seus sentimentos para se proteger. Lena é insegura e preocupa-se em ser o modelo ideal da imagem que todos fazem dela, quando tudo que realmente quer é aprender a viver. Carmen é a garota criativa e segura que ainda sente os respingos da separação dos pais e será surpreendida com a nova família que seu pai está formando. E Tibby é a jovem autêntica e idealista, questionadora e emocionalmente fechada, que aprenderá muito com a companhia de uma jovenzinha irritante e adorável.
Elas passam o verão separadas, mas jamais poderiam estar mais juntas. O longa emociona justamente por essa relação de fidelidade e companheirismo das garotas. É claro que elas brigam, mas também sabem conversar e consertar as coisas. Porque é isso que os amigos fazem.
Gostei e logo fui conferir a continuação, que consegue manter bem o ritmo do primeiro. Mas na segunda história as mocinhas já estão mais crescidas, descobrindo as desventuras da formação profissional, novos amores, novos medos, novos conflitos e outros desafios. Mas a fidelidade e a honestidade permanecem lá.
Cativante e encantador, serve como lição para todas as idades, principalmente no mundo de hoje, em que a amizade e o companheirismo foram tomados pela frieza e competitividade….
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