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Licantropia, a origem do mito

Assistir “O Lobisomen” me deixou curiosa para entender um pouco mais sobre o mito da Licantropia, o termo grego que deu origem ao mito do Lobisomen.

A parte da lenda que todos já conhecemos (apesar de eu às vezes me perguntar se as crianças de hoje ainda ouvem falar sobre isso, já que o assunto que impera entre elas é a tecnologia….) veio das tradições européias e reza que um homem pode transformar-se em lobo às 21 horas de todas as noites de lua cheia, só voltando à forma humana quando o galo canta. Mas como surgiu essa crença?

A história conta que tudo começou na Europa Ocidental, quando os povos eslavos lutavam nas regiões montanhosas em guerras assombrosas, e começou a espalhar-se a crença de que nas noites de lua cheia o exército livrava-se das armaduras para transformar-se em lobos, dizimando seus inimigos.

Na psicologia, a licantropia é um distúrbio psíquico pelo qual um transtorno do senso de identidade própria cria uma espécie de ‘outra personalidade psicodinâmica’, pela qual o doente encontra uma alternativa de exprimir emoções suprimidas, especialmente as mais agressivas ou sexuais através da figura de um animal. Em outras palavras: sabe aquela coisa de quando você está nervoso imaginar ‘eu queria ser um leão para devorar o fulano vivo de tanta raiva’ que a gente pensa? Então, enquanto a gente só pensa, os licantropos meio que colocam isso em prática…

E há ainda a vertente da porfiria, especialmente a porfíria cutânea tarda, uma doença hereditária que pode levar à desfigurações e disturbios mentais. Daí a associação aos lobisomens.

Ou seja….. Tudo faz sentido. Pense comigo: os caras da guerra ficavam lá nas montanhas, isolados do mundo, e na mente apenas morte e carnificina. Isso meio que enlouquecia eles (aí começa a entrar o distúrbio). Com o nervoso e a ansiedade em vencer o inimigo, a violência era a principal arma para garantir sua sobrevivência, levando-os a estados quase animais de ação (aí entra a figura do lobo faminto). E finalmente, quando já estavam sofrendo da chamada ‘febre da montanha’ (que em Brockback Montain levou à outra coisa… e que certamente também aconteceia entre os guerreiros que ficaram muuuito tempo sem ver mulher…), a insanidade chegava à tal nível que eles perdiam o auto controle (aí entra a porfíria cutânea – já que para lutar eles faziam tanta cara feia que não seria difícil ficar com cara de lobo mau). Aí você vaime perguntar… E onde entra a lua cheia nisso? Simples! Não tinha energia elétrica lá em cima. Logo, nas noites de lua cheia era mais fácil enxergar o inimigo e pegá-los de surpresa, sem que a luz do dia revelasse seu posicionamento e sem que a penumbra da noite atrapalhasse seu ataque.

Tem ainda uma teoria moderna que afirma que a comida dos pobres na Idade Média era contaminada por fungos que causavam alucinações, daí sugriu a lenda… Mas essa eu descarto…

Mas, é claro, a gente também pode ficar com a alternativa do ser mitológico. Se não, não teria graça….. Um mundo sem lendas é um mundo sem sonhos. E sem sonhos somos vazios…..

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