Gostou do filme “300”? Então não perca “Imortais”…
Gosta de mitologia grega? Então não perca “Imortais”…
Achou “300” uma viagem absurda e detesta mitologia grega, mas gosta de apreciar belas “paisagens”, então não perca “Imortais””!…
É exatamente essa a proposta do longa: entretenimento fácil para agradar o mais variado público. E até que funciona muito bem, viu…..Não vá esperando por uma grande trama (não chega nem aos pés de Tróia, por exemplo, que mantém uma fidelidade mitológica muito mais elevada). Também não há grandes desenrolares na história. É fácil de entender, por muitas vezes até previsível.
Em resumo: Anos depois da Titanomaquia, o Titã Hiperião declara guerra à humanidade. Ele procura o Arco de Épiro, uma arma lendária criada pelo deus da guerra Ares, que lhe permitirá libertar o resto dos Titãs do Tártaro e vingar-se dos Deuses olímpicos, que provocaram sua queda. De acordo com as leis antigas, os deuses são incapazes de tomar um lado na guerra entre Hiperião e a humanidade. Então um camponês chamado Teseu, escolhido por Zeus e acompanhado pela sacerdotisa-oráculo Fedra e um escravo, lidera seus homens para proteger sua terra natal e salvar os deuses.
Figura central da história, Teseu é interpretado por Henry Cavill. O ator fez o filho do Conde de Monte Cristo em filme que leva o mesmo nome – e que por sinal é muito bom!! – cresceu (quanta saúde, hein!) e deverá explodir na mídia assim que for lançado o próximo Superman, pois é ele o escolhido para dar vida à nova versão do Clark Kent. Há ainda outros nomes de peso no elenco, como John Hurt, Luke Evans, Stephen Dorff (ele estrelou “Um Lugar Qualquer“, filme com um ritmo diferente, mas bem interessante!) e Mickey Rourke (que em nada mais lembra os velhos tempos de 9 1/2 semanas de amor).
O grande trunfo do longa está no visual. Não importa se há cenas que abusam de efeitos especiais (são várias e muito bem produzidas – imagino que em 3D seja um show à parte) quando as personagens principais da história se encarregam de buscar a concentração do público. E é bem isso mesmo… Músculos por toda parte, belas mulheres, efeitos que encantam e a sedução que apenas o cinema é capaz de proporcionar ao espectador. Em casa provavelmente não terá a mesma graça….
Entretenimento fácil que cumpre seu papel! E ponto final. Mas vale sim a sessão, então chame os amigos, faça um grande pote de pipoca, vá sem preconceitos e aproveite!
Crítica
Alysson Oliveira publicou uma crítica um tanto divertida sobre o filme na UOL em que chuta o pau da barraca e não perdoa mesmo… Apesar de alguma verdades no texto, não se deixe influenciar. Assista e depois diga se concorda com ele ou não. Na pior das hipóteses, terá uma hora e meia de diversão e depois irá rir com alguns comentários da publicação…. rs
SÃO PAULO (Reuters) – "Imortais", que estreia no país em cópias 2D e 3D, parece mais um desfile de escola de samba com o tema da mitologia grega do que propriamente um filme. Estão lá praticamente todos os elementos que fizeram de "300" (2007) um Carnaval em Esparta: fantasias espalhafatosas, centenas de figurantes em cenas de batalhas e um samba do grego doido como enredo – agora localizado em outra região da Grécia.
Com direção do indiano Tarsem Singh ("A Cela"), todo o empenho de "Imortais" está no visual. Figurinos que não fariam feio na Sapucaí, corpos esculturais e filosofadas – muita filosofada em cima da mitologia grega – dão a medida do filme.
Não é preciso lembrar-se das aulas de história antiga para perceber que a trama é mais sem pé nem cabeça do que algumas estátuas gregas . Há um herói, Teseu (Henry Cavill, que no próximo ano será visto como o novo Super-Homem), uma sacerdotisa (Frieda Pinto, de "Você Vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos"), um rei maligno (Mickey Rourke, de "Os Mercenários") e deuses irados (John Hurt e Luke Evans são duas versões do mesmo Zeus). Todos brigam – mas não pergunte a razão.
Eles se encontram em alguma ilha da Grécia antiga em algum período a.C. – quando era possível cultuar os mais diversos deuses, conforme a necessidade do momento. Fora isso, não há muito que faça sentido, ou que valha o esforço de concentração para entender "Imortais". O protagonista nutre uma afeição pela mãe que está mais para Édipo do que para Teseu – mas tudo bem, afinal, Atena também troca olhares lânguidos com o pai, Zeus, e não é nenhuma Electra.
Há também prisioneiros escravizados – o que inclui Stephen Dorff, que parecia ter se reencontrado em "Um Lugar Qualquer", mas derrapa novamente aqui – e uma série de atitudes misóginas, especialmente vindas do rei Hipérion, que quer-porque-quer conquistar o mundo (entenda-se apenas a Grécia e seus arredores). Para isso, liberará os Titãs, seres aprisionados e nervosinhos que lutam feito ninjas e foram treinados sabe-se lá por quem. Já o Minotauro parece qualquer coisa menos o ser mitológico que todos conhecemos. No fundo, a única coisa que "Imortais" pega da mitologia grega são os nomes dos personagens.
"Imortais" situa-se em algum lugar entre o remake de "Fúria de Titãs" e "Conan, o Bárbaro". É difícil dizer, no entanto, exatamente onde o filme se coloca, porque a distância que separa aquelas duas produções é muito pequena. Não espere cabeças gigantescas de estátuas falantes – não seria uma má ideia – nem um herói carismático. Teseu é chato e Hipérion é misógino ("A semente de um homem pode ser sua arma mais mortal", diz ele).
Contente-se em ver as sacerdotisas como mero objeto de desejo, fazendo caras e bocas ou banhadas em sangue – e isso não é bem um fetiche.
(Alysson Oliveira, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb