Quando você ouve as palavras “Bryan Ferry”, do que você lembra?
“Slave to Love”, certamente. Pérola dos anos 80 que embalou a trilha do não menos badalado filme “9 ½ semanas de amor”, com Kim Basinger e Mickey Rourke em sua melhor forma.
Pois então…. o dono da canção está de volta com o álbum “Olympia”.
Vale lembrar que a carreira de Ferry começou muito antes de “Slave To Love”, quando ele ainda liderava o Roxy Music, nos anos 70, e já apresentava um dos perfis mais estilosos do mundo pop, sua marca até hoje.
As canções de Ferry são embaladas com muita sonoridade, sofisticação e uma boa dose de sensualidade, da composição melódica à letra de cada música. Ele consegue criar uma atmosfera que dança entre os limites da apreciação ao estímulo, seja para levantar da cadeira e sacudir o corpo no meio do salão ou para envolver o clima perfeito em uma noite de muito romance à luz de velas e altas doses de emoção. Não há como não se deixar envolver por seu ritmo.
Em “Olympia”, sua marca registrada já começa com a capa do álbum, que chamou a atenção da mídia ao mostrar uma imagem de Kate Moss como uma releitura da obra que dá nome ao título, de Manet. Segundo Ferry, a modelo foi escolhida por ser uma femme fatale de nossa época, tão controversa quanto sexy.
O que vem a seguir são 10 faixas envolventes que certamente o recolocarão rapidinho no roteiro musical internacional, após 8 anos sem trazer novidades. Um misto de nostalgia e novidade, com a essência que só ele poderia acrescentar no direcionamento do conjunto da obra. Com faixas de composição própria e transpirando personalidade, ele consegue extrair o melhor de uma mistura tão eclética quanto se possa esperar, trazendo a participação de artistas como David Gilmour (Pink Floyd), Groove Armada, Scissor Sister, Flea (Red Hot Chili Peppers), Jonny Greenwood (Radiohead), Mani (Primal Scream), além de integrantes do Roxy Music, incluindo o ex-membro Brian Eno. Destaque para Reason or Rhyme e Tender is the Night (a primeira, emoldurada pelo baixo de Marcus Miller, um dos maiores músicos de jazz da atualidade e a segunda, citando com maestria, F. Scott Fitzgerald), que fecham o disco com chave de ouro.
EU gostei!…