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Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado

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Com um início bastante badalado mas talvez não tão bem-sucedido quanto o anunciado, nesta nova empreitada do Quarteto Fantástico a equipe retorna com mais maturidade, explorando melhor seus poderes e abordando a crise entre o status de celebridade e o cotidiano da vida real.

Após adquirirem poderes especiais em um desastre científico na expedição espacial que originou o Quarteto Fantástico e o vilão Dr. Destino, os heróis agora tem de lidar com o surgimento de um ser alienígena, o Surfista Prateado, que anuncia a destruição do planeta Terra, ao mesmo tempo em que precisam conciliar seus desejos pessoais com as responsabilidades acarretadas por seus poderes.

A trama mais madura consegue arrancar atuações mais profundas do elenco, que nesta seqüência se mostra mais à vontade com suas personagens. Os melhores diálogos e cenas são as passagens protagonizadas por Tocha e Coisa (Chris Evans e Michael Chiklis). Com sacadas de humor irreverentes, a dupla consegue atingir uma química única, que faz valer até as piadinhas mais preconceituosas do enredo.

Quem tem um irmão jovem, com hormônios em fase de ebulição e sarrista imediatamente identifica Johnny Storm, o eterno garotão vida boa e cuca fresca, que faz da vida um parque de diversões, mas com o tempo enfrenta o peso de suas atitudes e responsabilidades. Apesar disso, a cafagestagem da personagem unida à beleza de Chris Evans faz a alegria do público feminino.

Ben Grimm, ou o Coisa, é a prova de que por trás de uma aparência “monstruosa” pode existir um coração de ouro (fato que é motivo para mais uma das piadas de Tocha), e encontra em Alícia o verdadeiro do significado do amor, que não vê forma ou cor, apenas o verdadeiro sentimento do ser humano.

Reed Richards como Sr. Fantástico é o homem-elástico mais cdf da face da Terra. Obrigado a enfrentar a ironia da comunidade científica sobre seu novo status de celebridade, ele divide-se entre seu casamento com Sue, a dedicação incondicional pelo trabalho e sua nova paixão por um palmtop que nao larga nem por um segundo. Mas finalmente começa a posicionar-se como líder que é, fazndo valer sua voz ativa com coragem e afinco no decorrer da história.

Sue Storm, por sua vez, sente-se dividida entre a vontade de ter uma vida normal e constituir família ou assumir a posição de proteger o mundo. Apesar da boa atuação, falta presença à Mulher-Invisível. Jessica Alba foi eleita a mulher mais sexy do mundo, mas seu título não foi nem um pouco aproveitado para sua personagem no filme, que com suas lentes azuis e madeixas louras (e maltratadas) perde longe para a beleza natural da atriz. Mas a falha é mais culpa da produção do que da moça, já que nos quadrinhos a personagem também é tida como uma mulher bonita e sensual, característica mal trabalhada no longa.

Mas o grande mérito do filme é do “vilão-herói”, o Surfista Prateado. A linguagem corporal e expressão em perfeita sintonia do ator e mímico Doug Jones conferem à personagem uma química inquestionável, finalizada pela voz de Laurence Fishburn (mas infelizmente esse atributo não pude analisar, porque o querido cinema de minha cidade só exibiu cópias dubladas…). Nem mesmo a frieza de um corpo totalmente envolto por prata tiram-lhe as características emocionais que o tornam quase um ser humano, complexo e profundo. E o final deixa a barda para a aventura solo do surfista, que tem neste longa sua história abordada muito superficialmente, merecendo uma análise mais completa e unicamente sua.

Sessão pipoca que vale o ingresso e agrada mais que a primeira seqüência…

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