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A morte se faz presente entre nós 24 horas por dia. Naturalmente, o ser humano tem a tendência de só dar atenção a ela quando vista de perto. Seja pelos olhos de um familiar, de uma amigo próximo ou de uma celebridade.
A mídia sempre provoca um grande impacto quando anuncia a morte de um artista famoso. É notável a comoção pública quando anunciado o falecimento de um grande ídolo ou personalidade, fosse ele amado ou odiado em vida.
Faleceu na última quinta-feira Luciano Pavarotti, um dos maiores tenores da história da música mundial. Pavarotti já vinha lutando contra um câncer pancreático desde 2006, e aos 71 anos não resistiu, deixando para trás um legado inalcançável de sua interpretação única na ópera internacional. Tanto que a “palavra” Pavarotti já há muito deixou de ser uma referência ao artista para tornar-se um senso comum entre os povos das mais diversas nacionalidades quando o assunto era boa música.
E sempre que uma celebridade parte para o descanso eterno, suscita o sentimento de vazio em uma parte da história como um todo. Foi assim com muitos artistas, e ainda será com muitos mais. Este ano, em especial, comemoramos o aniversário de três grandes celebridades entre tantas outras.
Marilyn Monroe. A deusa vestida de branco. A loira preferida por tantos homens e admirada por tantas mulheres. Teve uma carreira fulminante, cercada por relacionamentos conturbados e tempestuosos. E foram justamente esses relacionamentos que a destruíram. Há 45 anos foi encontrada morta na cama, com um telefone nas mãos, vítima de overdose. A verdadeira causa da morte permanece até hoje um mistério: teria ela cometido suicídio com um cocktail de remédios, ou a morte havia sido encomendada por conta de seu envolvimento com os Kennedy, que colocava em risco a imagem política dos irmãos estadunidenses? Marilyn permanece até hoje como um ícone na história da indústria hollywoodiana, e ainda tem o poder de causar admiração e desejo na sociedade.
Elvis Presley. O galã do topete mais sensual de todos os tempos, de requebradas que levavam milhares de mulheres ao delírio. Símbolo de modernidade e rebeldia. Rebeldia essa que o levou às drogas e bebidas, e que também foi sua ruína. Elvis faleceu há 30 anos, por conseqüência de sua vida desmedida e intensa. Nunca escondeu quem era, seus vícios ou suas angústias. Deixou fãs inconsoláveis, músicas inesquecíveis e uma acervo que até hoje está na boca do povo, até mesmo dos mais jovens.
Lady Dy. Há 10 anos a Princesa Diana faleceu vítima de um acidente de carro em fuga pela perseguição de um jornalista. Ao menos é o que diz a lenda. Diana era a imagem do sonho de muitas adolescentes. Casou-se com um príncipe, era vista por todos como uma alma caridosa que ajudou seu povo tanto quanto pôde, e deixou dois herdeiros ao trono. Um dia, o conto de fadas desabou. Diana separou-se do príncipe Charles e envolveu-se com outro homem. Foi o que bastou para gerar todo tipo de comentário e o estopim para sua morte. A Inglaterra e o mundo choraram sua perda. Mas nem após a morte a princesa descansa. Hoje ela sofre todo tipo de acusação: boazinha ou malvada? Inocente ou dissimulada? Há uma enorme cortina de fumaça encobrindo todos os podres por trás do castelo: as amantes de Charles, o temperamento de Diana, a rebeldia do príncipe William. Mas o que se pode afirmar é que após o grito de independência de Lady Dy (a separação), a Inglaterra nunca mais foi a mesma.
A morte de um ídolo carrega consigo uma aura mística, uma história própria. Todos os seus feitos em vida estão lá. É como a coroação de sua existência.
Então, qual a diferença entre a morte de um ídolo e de um cidadão comum? As nossas chances de descansar em paz são muito maiores do que a de nossos ídolos, que sem terem gozado de sossego em vida, são agora vítimas de sua glória após a morte, pois sempre haverá alguém, em algum lugar, buscando uma falha, um erro, um passo em falso para comentar…