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Sonho americano? Literalmente!

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Política é política, em qualquer lugar do mundo.

Com a nomeação oficial dos candidatos à presidência dos Estados Unidos, a corrida das campanhas eleitorais começa a mostrar todos os lados da moeda para aqueles que podem observar com mais atenção. McCain, infelizmente, já declina pelo simples fato de ser um seguidor de Bush, já que continuar com as atuais políticas governamentais é correr o risco de afundar ainda mais a crise internacional. Confesso que minhas esperanças estavam voltadas para Hillary Clinton, já que o marido da candidata deu mostras de um governo inteligente durante sua estadia como presidente americano (convenhamos que apesar das duras críticas, a vida sexual do candidato não interferiu contra os feitos que ele realizou no país).
Mas sua derrota para Barack Obama deixou a situação nebulosa. A princípio eu até que simpatizava com ele, mas ontem “o amigo forçou a amizade”…

Em um palco com decoração “grega” que remete às colunas da casa branca e com o estádio Invesco Field lotado por cerca de 75 mil pessoas, Obama detalhou pela primeira vez suas propostas de governo em uma convenção democrata que foi projetada para encenar um verdadeiro espetáculo. Mas o que mais chama a atenção é a ousadia e pretensão do político. O candidato tem sido taxado pela mídia e por seus apoiadores como a renovação do “sonho americano”. E coloca “sonho” nisso, literalmente (!):

“Vou soletrar de que tipo de mudança estou falando (…) Vou cortar os impostos para 95% das famílias trabalhadoras americanas. Em dez anos vamos acabar com nossa dependência de petróleo do Oriente Médio, carros com combustível renovável serão fabricados aqui nos Estados Unidos. Também vou investir em fontes alternativas de energia e encerrar a Guerra no Iraque, de forma responsável”.

Pura utopia! Com um discurso desses ele precisaria ser o novo super-herói do pedaço para dar conta do recado. E infelizmente o que poderia ser um sinal de mudanças para o atual quadro da crise estadunidense acaba virando uma utopia, mais um capítulo das promessas eleitorais típicas. Não estou duvidando de sua capacidade, mas quando promete-se grandes feitos, é preciso tomar cuidado para não prometer muitos ao mesmo tempo, mesmo pensando a longo prazo. Como diz a experiência, é melhor prometer menos e fazer mais do que o contrário. Mas na política impera a regra da contradição.

O discurso de Obama tenta seguir os caminhos traçados por Martin Luther King, apoiado também na questão racial do líder afro-americano. A diferença é que King era um candidato do povo, e quem conhece sua história sabe disso. Já Obama, apesar de se declarar um candidato do povo, acusando McCain de não conhecer a “classe média”, ostenta raízes claras da classe alta, e quem viu o espetáculo da convenção democrata ontem percebeu isso… E o que deveria ser “HOPE” (como ilustram as camisetas usadas pelas celebridades que o apoiam) parece ser quase um insulto ao eleitores americanos com um discurso perfeito demais para ser real (parece até que encerrar a Guerra no Iraque é como desligar o interruptor da sala!).

Agora é aguardar para ver as pérolas que McCain vai soltar…..

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