Follow Us

Dia 05 – Roma/Itália: Panteão, Fontana di Trevi, Campo di Fiori e muito mais

Dia 05 – Roma/Itália: Panteão, Fontana di Trevi, Campo di Fiori e muito mais

Desbravamos uma das fontes mais visitadas e fotografadas do mundo e conhecemos de perto um pouquinho de seus bastidores, além de conferir outro cenário sempre presente em muitos games…

Amanheceu em Roma… Quando acordamos o sol já está alto na janela, mesmo anda sendo cedinho. Os dias longos de verão tomam conta da cidade e trazem com eles o calor que nos faz duvidar de que caminhamos tantos quilômetros debaixo daquele sol ardido a cada dia. Mas cada gotinha de suor vale a pena ❤️

Logo prontos, saímos abastecer os estômagos para mais um dia desbravando os mistérios e a magia de cada cantinho romano.

Atravessamos a rua em direção à Ola Caffetteria novamente e a minha pedida de hoje foi outro croissant com café e suco de laranja, mas dessa vez reforcei com um pãozinho doce a mais porque, né… estômago de avestruz precisa sempre de mais, ainda mais com tanta caminhada e caloria sendo eliminada.

Hoje a ideia era sair cedo para chegar em um dos lugares mais concorridos de Roma: a Fontana di Trevi. Então sem demora pegamos o metrô na Estação Termini em direção à uma das fontes mais visitadas e fotografadas do mundo. Mas não sem antes abastecer nossas garrafinhas de água em uma das inúmeras fontes espalhadas por Roma, uma das maravilhas locais. A água é potável e vem dos antigos aquedutos romanos, salvando toda a população da água mineral inflacionada durante o verão europeu.

Fontana Di Trevi

Se tem uma coisa que definitivamente não falta em Roma são fontes. Mas nenhuma delas jamais terá tanta atenção quanto essa…

Imortalizada por Fellini no cinema em “La Dolce Vita”, quando em 1960 Anita Ekberg tomou um dos banhos públicos mais famosos das telonas, a Fontana Di Trevi fica localizada no coração de Roma e é acessada por três vias (daí seu nome – tre vie).

Fazer o cara-crachá de um cenário famoso do cinema é sempre algo tão emocionante… Acho que depois do Coliseu talvez esse fosse um dos lugares que eu mais esperava conhecer em Roma. E bateu uma ansiedade que eu até desconheci conforme chegamos lá. Foi um momento meio mágico…. E o meu sorrisinho invisível nessa hora nem coube direito dentro de mim ❤️

A Fontana di Trevi foi idealizada pelo Papa Clemente XII, no século XVIII, no local em que, reza a lenda, uma jovem indicou às tropas de Marco Vipsânio Agripa, cansadas e com sede, uma fonte onde beber água. Essa história está retratada no alto da fachada da fonte, logo ao lado de outro baixo relevo que representa Agripa ordenando a construção da primeira fonte dessa água.

A obra começou em 1735 e inaugurada em 1761. Em sua parte superior quatro estátuas representam as estações, enquanto no centro, sob um grande arco, está o deus Oceano conduzindo um carro em forma de concha, puxado por cavalos marinhos, um tranquilo e outro irriquieto, representando como o mar pode ser ora calmo e seguro e outras vezes agitado e perigoso. Do lado esquerdo do arco, é possível ver a estátua da Abundância. E à direita está a estátua da Saúde, com uma coroa de louros.

O mais curioso é que para chegar à fonte, qualquer uma das três vias que você pegar não passa de uma ruelinha tímida e apertada como qualquer outra de Roma, desembocando em um espaço imponente e quase sempre tomado pela multidão. Talvez pessoalmente você até ache que ela parece menor do que é nas fotografias da internet, mas nada tira sua imponência. Ela tem 26,30 metros de altura por 49,15 metros de largura. Além de bela, é a maior fonte da cidade de Roma.

Como chegamos cedo para tentar garantir alguma foto sem um milhão de pessoas atrás, a multidão ainda estava até que bem tranquila. Mas um fator adicional talvez justificasse essa tranquilidade toda: era dia de manutenção na fonte! Chegamos lá conferindo diretamente os bastidores da Fontana Di Trevi. Uma equipe aspirava infinitas moedas lançadas por turistas esperançosos. Reza a lenda que se jogar uma moeda na fonte você voltará à Roma. Se forem duas, encontrará o amor com um italiano (ou italiana). Se jogar 3, irá casar com a pessoa que conheceu. Eu não conhecia a dois e três, mas ainda bem que joguei pelo menos uma, assim dá pra voltar e garantir as outras duas ainda 😂

Não acompanhamos o processo completo de aspiração, mas só um cantinho que observamos garantiu pelo menos 10 sacos cheios de moedas! Depois fui descobrir que a cada ano é retirado cerca de 1 milhão de euros da fonte 😱. Desde 2007, o valor retirado é usado com fins benéficos. Como parecia estar no final, ficamos ali na esperança de terminarem e ligarem a fonte, finalmente. enquanto isso, aproveitamos a fonte e observamos um casal de turistas blogueiros que deve ter feito um book de 143894 fotos, uma mais engraçada do que a outra. O passatempo foi garantido com essa comédia, rs…. Mas acabou que depois de aspirar as moedas eles começaram a lavar a estrutura…. Então fizemos as nossas fotos e decidimos partir. Poderia ter sido pior…. Quem foi entre 2014 e 2015 ficou 10 meses sem ver a fonte, que passou por uma restauranção…

A cada momento o movimento aumentava e provavelmente ia ficar quase intransitável ao longo do dia. Então a dica é: vá cedinho mesmo! O lado direito da fonte ainda estará tomado pela sombra, mas na esquerda você consegue uma boa luz para fotos.

Templo Di Adriano

Saindo da Fontana di Trevi, caminhamos cerca de 600 metros para apreciar outro monumento histórico: o Templo Di Adriano.

Localizado na Piazza di Pietra, foi construído em 145 d C e dedicado ao imperador Adriano. Suas ruínas compostas por11 magníficas Colunas Coríntias de mármore dão uma ideia do que foi o Templo na época. E ao olhar abaixo da rua é possível ver como Roma foi elevada ao longo dos anos. Hoje no prédio atrás das grandes Colunas fica a Bolsa de Valores de Roma.

É uma construção tão bela e quase impossível de fazer caber em uma fotografia, dada sua grandeza. Coisa linda de se ver (e também gera uma adorável sombra para os dias de sol ardido).

Seguimos nossa jornada pelas vielas que nos levariam até o Panteão, mas não sem antes caçar um item essencial para qualquer viagem à Itália: um doce e belo Cannoli.

O Cannoli é uma sobremesa proveniente da Sicília, que consiste em uma massa doce frita, em formato de tubo, recheada com um creme de ricota. Os cannoli são bem populares na cozinha italiana e a Mi tinha uma referência inquestionável da última ida deles à Roma. Caçamos um pouco o local, mas talvez tenha sido um dos estabelecimentos que sofreram com os impactos da pandemia. Como não encontramos, resolvemos tentar a sorte em uma das outras opções disponíveis por ali.

A sorteada da vez foi a Elisa Gelateria, um lugarzinho simpático e com cannolis em dois tamanhos (e vários sabores) disponíveis. Escolhi logo um dos mais tradicionais para provar a iguaria do modo mais natural (ou raiz, como dizemos) possível. Logo, não era de nutella (rs). Era recheado com o tradicional mascarpone e finalizado com pistache de um lado e castanhas do outro. Uma delícia! eu que não sou fã de doces, achei muito grande. Metade dele teria sido suficiente para mim. Mas os amantes formigas vão se deleitar.

Panteão

Seguimos rumo ao Panteão pela belas vielas de Roma e desembocamos na Piazza de La Rotonda, onde fica localizado o templo que já ilustrou tantos filmes, games e fotos mundo afora.

Erguido com a finalidade de servir como local dedicado ao culto de todos os deuses, após a queda do Império Romano, para combater fervorosamente qualquer resquício de paganismo e panteísmo. Em 609 a.C, o local foi transformado na Basílica de Santa Maria dos Mártires. Atualmente, “panteão” é o termo designado para o mausoléu que abriga os restos mortais de diversas figuras notáveis. Vittorio Emanuele (visitamos seu monumento ontem, lembra?!) e a Rainha Marguerita da Saboia estão lá, além do gênio do Renascimento Rafael.

Pegamos uma longa fila para entrar (gratuitamente) no templo. Mas andou até que rápido. E ao entrar, se você já estava impressionado do lado de fora, vai ficar boquiaberto lá dentro.

Erguido há quase 2 mil anos, a fama do Panteão de Roma está, sobretudo, em sua cúpula redonda perfeita construída sem nenhum tipo de sustentação e com proporções gigantescas: 43 metros de diâmetro e 43 metros de altura, com um oráculo (abertura) de 9 metros que leva luz natural à imensidão interna do templo (assim como chuva também – o que também obriga o local a ter 22 ralos para escoar a água). Uma esfera perfeita e impecável.

Piazza Navona

Do Panteão, seguimos por 300 metros até a Piazza Navona. Dotada de um estilo barroco muito elegante, a Praça Navona é uma das praças mais bonitas e populares de Roma. Ocupa o lugar onde se situava o estádio de Domiciano (Circo Agonal) no ano 86, com espaço para mais de 30.000 espectadores, onde os cidadãos romanos assistiam aos jogos atléticos gregos.

Mas sua maior atração são as três fontes: Fontana dei Quattro Fiumi (Fonte dos Quatros Rios, o Nilo, o Danúbio, o Ganges e o Rio da Prata), Fontana del Moro (Fonte do Mouro) e Fontana del Nettuno (Fonte de Netuno). Curiosidade: até meados do século XIX, o desague das três fontes era fechado todos os verões e a parte central da praça era inundada para se transformar no “Lago da Pizza Navona”.

Os edifícios mais importantes que estão na praça são o Palazzo Pamphilli e a Igreja de Santa Agnes.

Rodeada de restaurantes e com um bom tanto de sombra disponível em virtude dos altos prédios ao redor, a Piazza é uma boa opção para descanso e alimentação, ou só para recarregar as energias durante as longas caminhadas.

Campo Di Fiori

Pouco menos de meio quilômetro adiante chegamos até outro ponto bastante movimentado de Roma: o Campo di Fiori.

A Praça do Campo dei Fiori foi construída em 1456 por ordem do Papa Calixto III no lugar onde havia um campo de flores, por isso a origem do nome da praça. Depois da remodelação da região e da construção de vários edifícios importantes, como o Palácio Orsini, a praça se tornou um local muito frequentado pelas personalidades mais importantes.

O Campo dei Fiori se transformou em um lugar muito próspero, repleto de oficinas artesanais e albergues, e havia mercado de cavalos duas vezes por semana. A praça também era o lugar onde aconteciam as execuções públicas e uma das formas de lembrar disso é por meio da impressionante estátua de Giordano Bruno situada no centro da praça. Este filósofo foi queimado na praça no ano 1600, acusado de heresia, e em 1889 o monumento foi construído em sua homenagem.

Hoje é um dos lugares mais populares da capital. Todas as manhãs, de segunda a sábado, desde 1869, é montado um mercado onde são vendidos alimentos, flores e produtos variados. Pra nós, brasileiros, pode ser traduzido como o bom e velho centro de feirinhas, rodeado ainda por várias opções de restaurantes. Há beleza nas cores e muuuuitos indianos trabalhando nas barracas locais de italianos (confuso isso, mas você verá bastante dessa mistura em Roma).

Resolvemos caçar uma opção econômica para o almoço, mas estar em uma praça turística não ajudava muito nisso. Então caminhamos um pouco mais pra longe da muvuca e decidimos explorar um fast food italiano: o Pasta in Corso. E resolvi tentar matar mais um item da minha lista: Maccheroni (que só muda o formato da massa) all’Matricciana (basicamente molho de tomate com bacon, pimenta preta e queijo pecorino). Eu gosto de pimenta e não sou uma pessoa muito sensível não. Adoro comida mexicana apimentada e não fujo de temperos quentes. Mas neste aqui a coisa não funcionou. Eu fui bem até a metade do prato, mas depois a coisa perdeu completamente o sabor. Primeiro que a massa não estava no ponto ideal (faltou tempo de cozimento), e segundo que o molho ao invés de suculento, estava seco e abusivamente apimentado a ponto de deixar de ser saboroso e quente para se tornar ruim. Mas eu acho que isso foi algum tipo de castigo por estarmos na Itália (o país da massa) e arriscarmos conhecer um fast food local. Deve ser algum tipo de pecado capital isso, sei lá. Não deu bom, não… rs..

Piazza Di Spagna

Depois do almoço decepcionante (pelo menos para mim – meu irmão comeu uma lasanha que não tava ruim, mas tava longe de ser boa), seguimos para a Piazza Di Spagna, que pode ser facilmente definida por um elemento: sua famosa escadaria.

Um dos lugares mais concorridos de Roma, sua imensa escada é ponto de encontro de romanos e turistas e foi cenário de diversos filmes. No mundo da moda, os 135 degraus da escada são conhecidos já que neles acontece o desfile Donne Sotto le Stelle. Este acontecimento ocorre a meados de julho e faz com que a praça se vista de gala.

A fonte situada no centro da praça oferece água fresca para o público e foi criada por Pietro Bernini para o Papa Urbano III.

Enquanto aos pés da escada o espaço é tomado por restaurantes, lojas e muitos turistas em busca de sombra e descanso, no alto da jornada uma bela vista panorâmica premia os corajosos que enfrentam tantos degraus após dias de caminhada sob o sol (eeeehhh, nósss!!!)

Com o sol cruel judiando do lombo destes turistas que lhe acompanham nesta jornada incrível e um calor inexplicável, resolvemos que valia a pena fechar o roteiro do dia, que já tinha concluído os pontos determinados, um pouco mais cedo para garantir um descansinho a mais antes do jantar. Pegamos o metrô com pés, joelhos e tudo mais dolorido e voltamos para a Estação Termini. Na chegada, reunimos energia para um gelato (sempre tem energia e espaço para um maravilhoso Gelato, claro). Dessa vez a pedida foi no Cioccolati Italiani.

Chegamos no hotel e meu irmão desmaiou na cama enquanto eu trabalhei um pouquinho. Depois nos arrumamos e nos preparamos para jantar….

Mercado Central de Roma

O que é o que é: tem na estação Termini e reúne muitas opções da culinária italiana? Il Mercato Centrale Roma!

Eu tinha lido boas indicações do local em minhas pesquisas gastronômicas sobre Roma e foi empolgante quando o pessoal decidiu jantar por lá. Com ares modernos que respeitam e cultivam a tradição de Roma, o local tem um clima arrojado e várias opções para todos os paladares. Eu já queria até sair dando check na minha lista gastronômica inteira se pudesse! Mas fiz uma força enorme e me contive, já que ainda tínhamos alguns dias e muitos lugares pela frente.

O Mercado fica na antiga Cappa Mazzoniana, a histórica “cozinha dos ferroviários” que utilizavam o espaço como área de descanso na década de 30 e apresenta, hoje, 18 lojas e um restaurante. As cozinhas, abertas, oferecem ao cliente a vista total para que ele possa acompanhar todo o passo a passo da preparação de seu pedido. E cada restaurante tem a assinatura de um chef em destaque.

Nosso grupo decidiu experimentar os burguers do L’Hamburguer di Chianina. É um dos lugares mais autênticos para saborear a carne de bovino Chianina, na região da Toscana. A fazenda mantém séculos de tradições e também produz óleo vegetal orgânico e vinho. Eu pedi logo o Il Nobile, o item mais tradicional possível do cardápio. E o sabor estava belíssimo!

Mas como não se pode deixar nenhuma oportunidade de lado, aproveitei que coladinho do Chianina esta o Il Frito, especializado em fritos feitos na hora, que trazia dois itens da minha lista: Arancini e Fiori Di Zucca.

O Suppli é uma iguaria tipicamente romana, possui um formato mais alongado (quase como um croquete) e é bem similar ao Arancini (bolinho de risoto frito). Visto de fora, aranciono e supplí podem até ser parecidos – mas dizer isso para um italiano é uma grande ofensa! O arancino é um petisco siciliano, difundido do Sul para o Norte do país. Já o supplì foi criado em Roma. Ele também é um bolinho de arroz recheado, mas não necessariamente um risoto, além de ter um formato diferente (é mais arredondado). O resumo é que eu gostei e tava bem bom.

Já a Fiori Di Zucca era algo completamente novo pra mim! Aqui no Brasil estamos acostumados a comer abóboras, de vários tipos. Mas a flor da abóbora não é algo habitual, no máximo elemento de restaurantes de gastronomia conceitual, mas nada que eu tivesse cruzado por aí antes. Na Itália, no entanto, este é um ingrediente bem comum para uma composição que, a princípio, eu não saberia dizer se seria boa ou não: basicamente as flores frescas de abobrinha são mergulhada em uma massa leve e arejada e frita até ficar crocante e dourado. E pode rolar um temperinho e umas azeitonas junto nessa massa (o que aconteceu aqui neste caso). E meu Deus! Que surpresa DELICIOSA! eu não esperava nada e veio um boom de sabor com uma leveza incrível. Já tô até querendo descobrir como fazer isso por aqui porque estou com saudades sem ainda nem ter deixado de lado. As duas porções vieram em dupla: dois arancinis e duas flores fritas.

Na saída estiquei o zoião na direção de outro item que estava na minha lista desde muito antes de eu pensar em fazer uma lista de objetivos gastronômicos: o Maritozzo. Mas vamos falar dele mais adiante, pois esse assunto será um tiquinho complexo…. 🤌🏼

Saciados e felizes, fomos embora para o merecido descanso, aguardando ansiosamente por mais na manhã seguinte ❤️


Perdeu algum detalhe? >> Corre aqui no DIÁRIO DE BORDO
FOTOS >> Para ver mais fotos espie os destaques no meu perfil do instagram: @leticiaspinardi

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *