É estranho como somos emocionalmente apegados a alguns objetos por situações, momentos e emoções ligadas à eles…
Eu nunca pensei que um dia ficaria triste por cancelar um cartão de crédito que eu mal usava, até que hoje isso aconteceu. E é essa bizarrice que me fez pensar em como conectamos objetos à lembranças de boas experiências muito mais vezes do que imaginamos…
Desde que o Nubank nasceu, a vida de qualquer pessoa que trabalha com cartões de crédito mudou. Comigo não foi diferente…. Recebi um convite, decidi experimentar, a princípio meio desconfiada. Mas rapidinho me apaixonei pelo roxinho mais lindo do Brasil!
Aí era só uma questão de tempo até os outros cartões serem deixados de lado…. A princípio mantive os danadinhos tarifados na carteira, até que eles começaram a sumir de cena enquanto o aumento do limite no roxinho amigo e sua facilidade de uso e controle o transformava na principal fonte de crédito em minha vida. Até que chegou um momento em que não fazia mais sentido pagar tarifas de um cartão que eu não usava mais. Então era hoje de dar o fim nas contas desnecessárias.
Depois de nove anos como cliente de um cartão Bradesco universitário internacional (sim, universitário até hoje!), liguei na central para cancelar meu cartão. Eu manteria o Amex junto ao Bradesco, que também não tem tarifas, mas daria adeus ao universitário. E foi assim que em menos de 10 minutos ao telefone (rápido, simples e sem burocracia, confesso que me surpreendi) encerrei uma relação de quase 10 anos com um cartão de crédito.
E aí é que começa a parte tragicômica da história… Enquanto um atendente me transferia para a central de cancelamentos, veio aquele flash de memórias vividas com meu “azulzinho” e um sentimento estranho de tristeza por estar quebrando uma relação que vai muito além da burocracia comercial… A começar do motivo de eu tê-lo adquirido: a minha primeira viagem internacional. Até então eu não tinha cartões de crédito, nenhum. Sempre fui daquelas caxias que prefere juntar a grana e pagar a vista. Mas quando decidi fazer o módulo internacional da pós, ter um cartão de crédito era uma questão de segurança e sobrevivencia. E, claro, como nossa moeda era inferior ao dolar (se bem que um paraíso comparado à equivalencia de hoje!), o limite que uma pessoa novata em cartões conseguia era quase ridículo. Então fiz um Amex para aproveitar a vantagem de não ter tarifas e pedi uma forcinha pra minha gerente bancária aumentar o limite. Como na época o Amex não era controlado totalmente pelo bradesco, ela não tinha muito o que fazer a não ser o procedimento padrão, que poderia demorar um pouco a liberar o limite. Mas a outra alternativa era fazer um cartão bradesco, no qual ela poderia facilmente liberar um aumento de limite imediato. E assim o azulzinho entrou em minha vida…
Desde então, nesses nove anos vivemos juntos grandes experiências… Ele me acompanhou em viagens, me ajudou a mobiliar meu apê, permitiu que eu recebesse adoráveis caixas de livros pelo correio, deu passagem para shows e eventos memoráveis, me salvou em situações difíceis e proporcionou tantos outros momentos importantes que poderia render quase uma história de amor. E olha que eu nem sou uma pessoa gastona e não usei ele tanto assim! Provavelmente em uma estatística básica eu tenha usado apenas uns 10% do que a população do crédito costuma usufruir de um cartão.
“Mas é só um cartão, Letícia! você nem usava tanto assim e só está cancelando porque ele não tem as mesmas vantagens que o Nubank te proporciona hoje, com uma experiência muito superior em todos os sentidos!“…. Ok, de acordo. Mas quando o Nubank nem pensava em existir, foi o azulzinho que me deu abrigo, me acolheu e me abriu portas para tantas vivências.
Assim, depois que a Paloma, atendente da central, argumentou algumas vantagens do cartão e fez a pergunta fatídica do “posso confirmar o cancelamento do cartão?” confesso que balancei. Mas se as memórias pesavam a favor da continuidade do azulzinho em minha vida, a grande verdade sobre o mais grave problema em nosso relacionamento veio à tona, mais uma vez: eu me dava bem com o azulzinho mesmo ele sendo quadrado, antiquado e com um controle arcaico e pré-histórico comparado ao roxinho. Mas ele era capitalista demais…
Quando eu terminei a ligação, olhei para o meu ex-azulzinho já saudosa, ainda um pouco triste, mas feliz por tudo que vivemos juntos. E agradecida. Sim, profundamente agradecida pelo fato de equipes de telemarketing ainda não serem treinadas para atingir o nível de argumento emocional nas ligações de cancelamento. Se eu pego um atendente ligeiro que pega nessa ferida, eu estava ferrada!
Aí era só uma questão de tempo até os outros cartões serem deixados de lado…. A princípio mantive os danadinhos tarifados na carteira, até que eles começaram a sumir de cena enquanto o aumento do limite no roxinho amigo e sua facilidade de uso e controle o transformava na principal fonte de crédito em minha vida. Até que chegou um momento em que não fazia mais sentido pagar tarifas de um cartão que eu não usava mais. Então era hoje de dar o fim nas contas desnecessárias.
Depois de nove anos como cliente de um cartão Bradesco universitário internacional (sim, universitário até hoje!), liguei na central para cancelar meu cartão. Eu manteria o Amex junto ao Bradesco, que também não tem tarifas, mas daria adeus ao universitário. E foi assim que em menos de 10 minutos ao telefone (rápido, simples e sem burocracia, confesso que me surpreendi) encerrei uma relação de quase 10 anos com um cartão de crédito.
E aí é que começa a parte tragicômica da história… Enquanto um atendente me transferia para a central de cancelamentos, veio aquele flash de memórias vividas com meu “azulzinho” e um sentimento estranho de tristeza por estar quebrando uma relação que vai muito além da burocracia comercial… A começar do motivo de eu tê-lo adquirido: a minha primeira viagem internacional. Até então eu não tinha cartões de crédito, nenhum. Sempre fui daquelas caxias que prefere juntar a grana e pagar a vista. Mas quando decidi fazer o módulo internacional da pós, ter um cartão de crédito era uma questão de segurança e sobrevivencia. E, claro, como nossa moeda era inferior ao dolar (se bem que um paraíso comparado à equivalencia de hoje!), o limite que uma pessoa novata em cartões conseguia era quase ridículo. Então fiz um Amex para aproveitar a vantagem de não ter tarifas e pedi uma forcinha pra minha gerente bancária aumentar o limite. Como na época o Amex não era controlado totalmente pelo bradesco, ela não tinha muito o que fazer a não ser o procedimento padrão, que poderia demorar um pouco a liberar o limite. Mas a outra alternativa era fazer um cartão bradesco, no qual ela poderia facilmente liberar um aumento de limite imediato. E assim o azulzinho entrou em minha vida…
Desde então, nesses nove anos vivemos juntos grandes experiências… Ele me acompanhou em viagens, me ajudou a mobiliar meu apê, permitiu que eu recebesse adoráveis caixas de livros pelo correio, deu passagem para shows e eventos memoráveis, me salvou em situações difíceis e proporcionou tantos outros momentos importantes que poderia render quase uma história de amor. E olha que eu nem sou uma pessoa gastona e não usei ele tanto assim! Provavelmente em uma estatística básica eu tenha usado apenas uns 10% do que a população do crédito costuma usufruir de um cartão.
“Mas é só um cartão, Letícia! você nem usava tanto assim e só está cancelando porque ele não tem as mesmas vantagens que o Nubank te proporciona hoje, com uma experiência muito superior em todos os sentidos!“…. Ok, de acordo. Mas quando o Nubank nem pensava em existir, foi o azulzinho que me deu abrigo, me acolheu e me abriu portas para tantas vivências.
Assim, depois que a Paloma, atendente da central, argumentou algumas vantagens do cartão e fez a pergunta fatídica do “posso confirmar o cancelamento do cartão?” confesso que balancei. Mas se as memórias pesavam a favor da continuidade do azulzinho em minha vida, a grande verdade sobre o mais grave problema em nosso relacionamento veio à tona, mais uma vez: eu me dava bem com o azulzinho mesmo ele sendo quadrado, antiquado e com um controle arcaico e pré-histórico comparado ao roxinho. Mas ele era capitalista demais…
Quando eu terminei a ligação, olhei para o meu ex-azulzinho já saudosa, ainda um pouco triste, mas feliz por tudo que vivemos juntos. E agradecida. Sim, profundamente agradecida pelo fato de equipes de telemarketing ainda não serem treinadas para atingir o nível de argumento emocional nas ligações de cancelamento. Se eu pego um atendente ligeiro que pega nessa ferida, eu estava ferrada!