Eu não nasci nos tempos das emocionantes aventuras piratas dos séculos passados (gostaria, mas não nasci), portanto, não estou apta a julgar até que ponto o ato de nossos antepassados era ilegal ou uma saída para a corrupção política, religiosa e governamental histórica que desde sempre ronda a humanindade. Mas eu vivo em tempos em que esse “ato” ainda existe. Não no mesmo formato, mas se faz presente todos os dias em nosso cotidiano, nos tornando consumidores consequentes dessa prática mesmo sem que tenhamos a intenção.
Enquanto os preços da indústria iconografica e cinematográfica seguem rumo ao absurdo, a pirataria deixa de ser infração da lei para se tornar uma saída estratégica, contribuindo sim para a ascensão da fama e sucesso de muitos artistas e para o mínimo de expansão cultural da sociedade, ao mesmo tempo em que representam uma forma de protesto social contra os absurdos tributários da lei brasileira. E esse costume não se resume apenas ao setor audiovisual, não…. Ele vai bem além, transpondo os muros da tecnologia, da burocracia e da ciência.
É ilegal? Sim. Mas também não é ilegal o abuso de poder e autoridade? Também não é moralmente ilegal cobrar dos mais desprovidos financeiramente impostos absurdos apenas para comprovar que essa pessoa existe? Não deveria ser ilegal todas as tramóias que se passam nos bastidores da Câmara e do Congresso Nacional? Pois é… Se a questão tem de ser realmente levada à forra, então há muito mais do que algumas cópias piratas em jogo. Assim, o governo decide queimar montes e montes de material contrabandeado para frear o impulso da onda pirata como um aviso, mas é complicado traçar o limiar entre o justo e o injusto.
Enquanto o governo não dá o exemplo começando por mudar seus próprios posicionamentos e atitudes, continuamos a fazer uso de lojas de 1,99, cd’s de camelôs, milhares de sites para download de músicas e filmes que nem bem chegaram aos cinemas e afins.
Não é à toa que Jack Sparrow é o anti-herói mais adorado do momento….