Suspense policial para o público feminino com um toque dramático e um saboroso romance. Essa é a receita de sucesso de James Patterson em seu “1º a Morrer”. Não é a toa que o livro é definido como um ‘Sex and the City’ misturado com ‘CSI’… Mas aos que encaram essa classificação como um ponto negativo, mero engano. É um thriller de tirar o fôlego!
Numa narrativa alucinante, a trama conta a história de quatro mulheres de personalidade forte e bem-sucedidas que se unem e formam o ‘Clube das Mulheres Contra o Crime’ para desvendar uma série de assassinatos contra noivos na noite de núpcias. Daqueles livros que você começa e não consegue parar de ler…
A protagonista da história é Lindsay Boxer, uma policial durona que precisa lidar com a dramática descoberta da Síndrome de Negli, uma doença fatal, a dúvida em se envolver ou não com Chris Raleigh, seu parceiro no caso do Barba Ruiva (o assassino dos recém-casados e destruidor de sonhos), e por isso se joga de corpo e alma no caso (em duplo sentido – no caso da caçada ao Barba Ruiva e no caso de amor com Raleigh) para tentar encontrar alguma motivação e vencer a doença. Suas comparsas são Claire, legista, melhor amiga e grande profissional; Cindy, jornalista em início de carreira batalhando por um lugar entre os grande repórteres na redação do Chronicle; e Jill, promotora linha dura com sede de justiça e um passado atormentado.
O Às da trama, entretanto, é o Barba Ruiva, personificado pelo famoso escritor Nicholas Jenks e seu personagem fictício Philliph Campbell, responsável pelos hediondos assassinatos de três casais que chocaram a população e a polícia da Califórnia. O destaque são justamente os detalhes que deixaram a amarração do enredo e a construção dos crimes beirando a perfeição. As reviravoltas também são bem elaboradas e o grande peso fica nas páginas finais, quando tudo que caminha para terminar bem sofre o golpe de misericórdia do destino.
O mulheril vai adorar. Seja pelo Clube das Mulheres, que discute não apenas o crime, mas amores, casos e acasos, pelo suspense intrigante o pelo romance fervoroso com o tudo-de-bom-Raleigh.
Difícil mesmo era ler “Nicholas Jenks” sem associar imediatamente a imagem de “Nicholas Sparks”, esse sim, escritor famosos do mundo real, responsável pelos romances açucarados que conquistam centenas de fãs e muitos ainda vão para as telonas: Diário de uma Paixão, Dear John, The Last Song… Será que era justamente essa a intenção de Patterson, para dar uma ‘sujadinha’ na imagem de seu concorrente? Não sei, mas a pergunta ficou ecoando na minha mente… Até no sobrenome há alguma lembrança!!! Jenks-Sparks…
Interessante pensar como é a mente de um escritor (Patterson), que escreve sobre um escritor (Jenks) que arquiteta seus crimes baseado em um de seus personagens (Campbell)… Confuso? Não, para quem lê é bem compreensivo. O que intriga é a pergunta que fica: estaria Patterson criando seu homônimo para colocar em prática seu bem arquitetado plano criminoso? Curioso, muito curioso…..
Por fim, só não consegui explicar o título da obra. Talvez a publicação em inglês faça mais sentido, já que em português utilizaram a tradução literal do título. Até tenho algumas teorias, mas nenhuma que possa ser comprovada ou que seja realmente convincente…